Gremlins - criaturas endiabradas, que têm uma gargalhada sinistra. Com a sua inteligência, eles destroem casas e lojas, causam incêndios, explosões, acidentes de trânsito e outras catástrofes que tais.
Pronto. Não chega a tanto, mas caramba...há dias...
Ontem, porque sou uma mãe muito fixe, decidi que lhes ia proporcionar um fim de tarde/dia diferente. Ah, e tal, os miúdos estão de férias, vamos ao cinema, jantar fora só os três, que o pai está ocupado...
Não estão bem a ver. A coisa correu harmoniosamente apenas nos breves instantes que demorámos a percorrer os dois lances de escadas rolantes até à bilheteira.
Quero ver o Tarzan! Não, eu quero ver o Amigo Gigante! A mãe desempata! Não, isso não é justo!
Ganhou o Tarzan. Melhor dizendo, eu escolhi o Tarzan e fiquei para sempre (sendo que para sempre durou até ao filme acabar e ela dizer que tinha sido muito giro) na lista negra das mães mais injustas do universo, cuja preferência recai sempre no mesmo filho, filho esse que nunca é ela.
Neste clima de ingratidão e reclamações caminhámos para a zona de restauração.
Eu quero comer hamburguer! Não, aqui não comes hamburguer porque não prestam. Massas ou sandes, ou o frango da guia. Escolham uma das três hipóteses. Para mim pode ser massa! Não quero massa, quero hamburguer! Não escolheram o filme que eu queria! Agora também não posso comer o que eu quero! Mais valia ter ido com o pai! Ou ficado em casa sozinha!
1-2-3-4-5-6-7-8-9-10-11-12-13-14-15-16-17-18-19-20-21...inspira..........não está a resultar.............expira..................sorri....quase....
Decido ignorá-la. Então, Gabriel, o que queres? Massa bolonhesa. Eu vou para a salada fria com maionese. Ela sempre de trombas a reclamar, as pessoas a olharem, mas eu só oiço zumbidos, não registei nada no meu cérebro. Pronto, tá bem, também quero bolonhesa. Sim? Muito bem. Pode preparar mais uma bolonhesa, por favor? Claro que sim. Eu quero muito! Estou cheia de fome! A senhora tem as doses definidas de massa, Diana. Comes o que te puserem no prato. A senhora despeja a massa na frigideira, sob o olhar atento da petiz que, obviamente, não come há dois meses. Só isto?? Isto só dá para alimentar uma formiga! Um buraco, senhores! Preciso de um buraco! Por dentro, já só uivava de cólera. Mas o meu olhar não surte qualquer efeito na minha filha. É um autêntico calhau a ler emoções. Segue fleumaticamente no seu comportamento sem perceber que a mãe está à beira de um ataque de nervos. Mãe, não acredito que ela disse isto, diz o outro entre dentes. Pois. Alguém que entenda o meu sofrimento. A simpática senhora fica visivelmente atrapalhada quando percebe que salpicou a aparentemente sumítica dose de bolonhesa com queijo, e a madame comenta que aquilo cheira mal e que tinha dito que não queria queijo nenhum. Finalmente sentamo-nos a comer. Limpou o prato. Anda a comer como se o mundo fosse acabar. Não houve reclamações nesta altura. Paz. Fomos à Toys R Us para fazer tempo. Péssima ideia. Vou saltar esta parte para aquela em que fomos comprar pipocas e ela obviamente queria as salgadas, quando comprámos as doces porque ninguém gosta do mesmo que ela e eu não ia gastar uma pequena fortuna em pipocas, porque um pacote chegava bem para os três. Ou talvez para a parte em que não consegui tirar uma foto digna junto do cartaz do filme, porque ela colocou as mãos nos peitorais do Tarzan em todas.