Reencontros

31 de julho de 2017

Miúda de volta. Eu e o pai estávamos cheios de saudades. O Gabriel anda numa fase tão palerma que fico tão triste, às vezes... Gostava que fosse protetor, amigo, carinhoso, mas não temos nada disso presentemente. Implica com ela, está sempre a diminuir tudo o que ela faz, diz... Tudo na irmã o irrita. Nem depois de 1 semana de ausência a coisa amainou. E ela, que é toda mel, ressente-se e entra em modo defesa que normalmente é sinónimo de ataque. E de ripostar em ripostar andamos nisto, sempre a mediar conflitos, discussões e, às vezes, uns encostos, pontapés e afins. 
Respiro fundo, conto até dez e tento acreditar no meu marido, quando ele diz que é só uma fase.
Seremos 4 por pouco tempo, pois amanhã é a vez dele partir.
Fui a única a acordar antes do sol nascer para vir trabalhar. O pai está de férias e ficaram todos no bem bom. O dia está cinzento, já chuviscou e tudo.
Que bem que me soube poder esgueirar-me ao quarto dela e deitar-me ao seu lado, abraçá-la, pôr as minhas mãos em cima das dela e beijar aquelas bochechinhas que, apesar de habitarem um corpo já quase do tamanho do meu, continuam a ser cheias, fofas e quentinhas, como quando era bebé.
Nunca chegarei a saber se é o meu abraço e a minha presença que os conforta ou a deles a mim. Acho que os pais também precisam de colo, de tempos a tempos. E, felizmente, encontro muitas vezes esse mimo nos meus miúdos crescidos, quer a meu pedido, quer de forma voluntariosa. E é tão bom.

Semana 30/52

28 de julho de 2017

As cigarras estão a dar-lhe forte hoje, enquanto escrevo estas linhas. O calor começou a apertar, e a minha barriga está a começar a dar horas. Engano-a com uns goles de água. Algures lá fora alguém já começou a preparar o grelhador para o almoço, porque o cheiro a carvão queimado inunda a brisa que me entra pela janela do escritório aberta e quando vier o aroma a peixe grelhado então é que vão ser elas... O rapaz está de volta a casa. Sempre preenche um bocadinho mais o ninho vazio. Este ano não temos direito à habitual "semana sem filhos" porque ele já está noutro escalão de idade e vai acampar numa data diferente da irmã. Ela diz que já tem muitas saudades (sobretudo da Sardinha, a nossa gata). 
Esta foi uma semana um bocado chata porque estamos sem carro. Na viagem para cima, depois das férias, o boguinhas resolveu começar a perder líquido do refrigerador. E nos entretantos andamos a pé. Durante o dia não chateia muito, porque vamos ambos de transportes para o trabalho, mas no regresso a casa transtorna bastante. 
A mana está completamente sozinha, por isso decidimos aproveitar um destes fins de tarde para ir ao cinema e comer gordices. Vimos o filme "Dunkirk" (filme simples, sem truques, mas que toca cá no fundo e...♥ Tom Hardy) e comemos um hambúrguer no Steak n'Shake. O milkshake é uma bomba, mas assim já desoguei e não se fala mais nisso.
Comecei a ler o "The Newspaper of Claremont Street" (adoro a capa), mas decididamente não sou pessoa de ler mais de um livro ao mesmo tempo. Está em pausa até terminar o "O Paraíso segundo Lars D.".
Hoje é dia de sair mais cedo, parar comprar as minhas flores e fazer beringela panada para o jantar, conforme prometido ao filhote. Só nós dois é que gostamos ♥.

P.S. provei o Solero Strawberry smoothie e não é mau. diz que só tem 50 cal. e a modos que serve para refrescar. tenho de provar o de ananás


Encontros imediatos

24 de julho de 2017

Mas não do terceiro grau. 
Foi hoje, na secção da fruta, enquanto escolhia a melhor manga para o meu pequeno almoço, que alguém me disse: 
-olá, gosto muito de a ler. 
Tenho a certeza que devo ter ficado assarapantada, e balbuciei algumas palermices fruto do inesperado do momento, mas espero honestamente que a Ana não tenha achado que eu sou uma totó. É verdade que não escrevo com o objetivo de ter um séquito de leitores, até porque os assuntos abordados no blog não se revestem de nenhuma importância vital para a sociedade, mas julgo que não me tomarão por arrogante se disser que me senti bem com as palavras de apreço desta querida leitora. 
Não havendo comentários, nunca sabemos quem está do outro lado, mas é bom saber que ainda vão havendo algumas pessoas. 
Obrigada, Ana! 

Férias na Costa Alentejana

24 de julho de 2017

Estamos de volta. Ao trabalho e à rotina. Pelo menos os adultos. Eles continuam a cumprir o esquema delineado ao milímetro para estarem acompanhados estes três meses de férias de verão. Juro que não sei como fazem os pais e mães que não podem contar com os avós... Eu não teria verba para manter duas crianças em ateliers e atividades durante tanto tempo. Os valores que pedem são astronómicos e excedem certamente o subsídio de férias dos pais. 
Enchemo-nos, por isso, de gratidão pelo privilégio que temos.
A Diana ontem seguiu viagem para o Acampamento Nacional de Tições, e estará por lá esta semana. O Gabriel ficará estes próximos dias com a tia e primos, que estão de férias. 
Nós ficamos à espera da próxima pausa, que virá em Agosto, se Deus quiser.

Os dias na Costa Alentejana, como tudo o que é bom, souberam a pouco. O que as fotos não mostram é a minha alergia no ouvido, que já não era sentida há pelo menos um ano e resolveu dar um ar da sua graça logo na semana em que eu queria desfrutar do mar. Não tive direito a mergulhos. Água, só até ao pescoço. Noites mázinhas no geral, surdez parcial, mas comigo funciona a máxima: aceita o que não podes mudar, suporta e agradece por tudo o que vem de bom. E houve muita coisa boa. 
Foram dias maravilhosos com cheiro a água salgada, protetor solar e peixe grelhado. Tivémos a oportunidade de seguir algumas sugestões gastronómicas e fomos ao Museu da Batata Doce, à Pizzeria Il Padrino e à Barca Tranquitanas. Recomendamos!
Estivémos em praias que já conhecíamos, Alteirinhos, Zambujeira e Odeceixe, e conhecemos algumas novas, Nossa Senhora, Vale dos Homens, Tonel (que só o pai é que verdadeiramente pisou, porque nós achámos que não queríamos morrer, acesso só para radicais) e a do Cavaleiro. Esta última é fabulosa. Água quase paradinha, sem ondulação, transparente e muitas rochas para os miúdos explorarem.

Matámos saudades do Zmar e fomos passar lá um dia, porque os miúdos adoram piscina. É caro, mas valeu a pena.

Fechámos com chave de ouro, parando na Mabi, no regresso, para um gelado. 
Havemos de voltar. De certeza absoluta.






Do Instagram

12 de julho de 2017

Sabem aqueles perfis em que, dê por onde der, vá aquela malta para onde vá, o pantone da bendita foto combina sempre com o da anterior e assim por diante. 
Não é uma crítica. Porque eu adoro ver o feed destas almas. Há qualquer coisa de calmante naquilo.
Mas expliquem-me lá como é que se vive a quatro tons, que eu não sei. 

Semana 27/52

7 de julho de 2017

E foi assim, num abrir e fechar de olhos, que metade do ano se foi. 
Esta foi a semana dos meus pais fritarem a pipoca, com a prole de netos lá por casa durante o dia. Como a minha irmã mora mesmo ao lado e o tempo que passam juntas lhes parece sempre curto, as miúdas suplicaram por uma sleepover e lá ficaram, de quarta para quinta, sendo que o mais velho também aproveitou para se colar à iniciativa, dando-nos a oportunidade de termos um fim de dia diferente.
Passeámos pela zona da Graça, fomos ao miradouro Sophia de Mello Breyner olhar Lisboa, parámos no Jardim da Cerca para nos refrescarmos e depois jantámos no restaurante "O Pitéu" (que recomendamos). Fila imensa que saía do restaurante, passava um pequeno hall e chegava à rua, mas valeu a pena (da próxima vez talvez seja sábio marcar mesa com antecedência). 
Lisboa é sempre linda. Não cansa. Sobretudo os bairros típicos, de ruas estreitas, escadinhas, janelas com roupa no estendal, varandas floridas e fachadas de azulejo. 
Fintar a rotina sabe pela vida. 
A Diana está, qual serpente a mudar de pele, com a cara numa desgraça, por conta de um dia de piscina em que não colocou uma grama de creme protetor "porque estava vento, mãe!"
O Gabriel, ontem, estava particularmente sensível e disse-me que eu não podia morrer porque depois não tinha a quem abraçar (enquanto me abraçava). Isto já naquele momento em que eu, deitada na cama, apesar de sensibilizada, já tinha a minha mente a navegar entre o limbo da consciência e da inconsciência, morta de sono. Pior, depois disse: e se eu morrer? A sério, dissertações filosóficas quando metade do meu cérebro já desligou? Tenham misericórdia. 
Só fui capaz de balbuciar aquele tão sábio ditado popular que diz que "para morrer basta estar vivo". 
Sim, aquela coisa que vemos nos filmes, em que as mães proferem frases inspiradoras para a vida na hora de deitar os filhos na cama nem sempre (quase nunca) acontece na vida real. 

Recebi também ameixas da árvore do quintal da minha mãe e cogumelos shiitake, que enviou um amigo do meu marido. Muita gratidão por estas coisas boas que me dão.

Acabei de ler o livro "O luto de Elias Gro". Confesso que demorei a entrar no espírito inicial da história, que é down, negro, cru mesmo. Vinha de um livro com uma toada completamente oposta e foi um choque. Mas depressa ultrapassado, porque a forma de escrever é maravilhosa. E a história cresce em nós, página após página, e faz-nos olhar para dentro. Foi o primeiro livro que li deste autor (João Tordo) e vou seguir para o próximo desta trilogia "O paraíso segundo Lars D.", não sem antes terminar o "One Fine Day" da Mollie Panter-Downes, que tinha deixado em pausa. 

Falida

3 de julho de 2017

Acabei de comprar os livros escolares para o próximo ano letivo. 
Acho que estou demasiado deprimida para ir de férias.
Proudly designed by | MLEKOSHI PLAYGROUND |