9 anos e 7 meses

27 de julho de 2014

A palavra paixoneta sempre me irritou. Lembro-me de achar que não me levavam a sério, que aquele sentimento que eu sentia não cabia naquela palavra tão condescendente.
Hoje recebi de volta os filhos que mandei há uma semana para o AcNac.
Hoje vi o meu filho grande chorar de amor como se o mundo tivesse acabado. Depois de ter conseguido estancar as muitas águas que derramou, disse:
- estou demasiado triste para conseguir comer...
Não jantou.
É isto. Sou muito nova para ter filhos que choram de amor. 

E lá foram eles...

21 de julho de 2014



Rumo a mais um AcNac de Tições.
Para ele é o 3º, para ela o 2º.
Foram ontem e só regressam no Domingo. 
Ontem desfrutámos, eu e o pai, do silêncio. Esta semana serve essencialmente para isso. Para descongestionamento mental. Para nos lembrarmos de como é isto de sermos só dois. Para sentirmos as saudades que eles nos deixam. Para destralhar a alma, assim em jeito de arrumar a casa para termos todo o espaço do mundo para mais um ano de emoções fortes e amores assolapados por estes dois miúdos, que nos preenchem o pensamento, a casa, a vida...

Se eu pudesse...

19 de julho de 2014



Breathe...

19 de julho de 2014


No meio dos dias iguais uns aos outros, emergimos, inspiramos a plenos pulmões até o peito quase rebentar.
Guardamos as imagens, os cheiros, os sabores, as birras, as gargalhadas, as mãos dadas.
E submergimos, expirando muiiiiiito devagarinho as coisas boas até virmos à tona outra vez.

Aquela semana do ano...

15 de julho de 2014

Em que eles ficam a veranear com o pai e eu venho trabalhar...
A esta hora devem estar a crepitar numa qualquer praia da caparica e eu a ficar ceguinha frente a um computador. Tão bom. Só que não.
Faltam 10 dias para respirar fundo...10 dias até as nossas férias. 
(e faltam apenas 4 dias para o AcNac. Eles já estão eufóricos!)

Quando temos de fazer meia volta-volver...

15 de julho de 2014

Isto do nosso corpo e das nossas hormonas tem muito que se lhe diga.
Troquei nitidamente as voltas ao meu equilíbrio e estou numa fase horrível de instabilidade, cansaço e irritabilidade.
Isto de colocar o DIU era toda uma ideia óptima que eu tinha, de eliminar as hormonas que a pílula metia no meu organismo há anos demais. De enveredar por um caminho mais natural.
O problema é que, passados 2 meses, chegamos à conclusão que ficou tudo de pantanas e que, afinal, a pílula me é essencial ao controlo hormonal. Amanhã vamos confirmar este diagnóstico com uma eco.
Engordei 3 quilos, sem ter feito nenhuma alteração ao meu estilo de vida e à minha alimentação. Sinto, e bem, na roupa.
O meu cabelo está tão, mas tão oleoso...e a pele então...parece que voltei aos meus 13/14 anos...podem imaginar.
Tudo o que uma mulher quer, portanto. Sentir-se sebosa, borbulhosa e gorda. 
Vou regressar, assim que puder, ao comprimidinho milagroso que, no meu caso, para além de contraceptivo, é terapêutico.

Request denied

8 de julho de 2014

Nesta transição da escola primária para a preparatória (sim, sei que já não são estas as designações, mas perdoem-me a casmurrice, que eu gosto das coisas à antiga) tivemos o primeiro percalço.
Na boa verdade, os caminhos não se fazem sempre a direito e dão direito a buracos, curvas e encruzilhadas.
E a escola que era a nossa primeira escolha negou o pedido de transferência por falta de vagas.
Pai em negação. Filho chora. Mãe, respira fundo e passa à alternativa seguinte.
Papel preenchido e entregue. Pedido feito. 
Confesso que, se esta segunda opção também vier com resposta negativa, não sei muito bem o que fazer a seguir, porque deixá-lo na escola onde está não passa pelas nossas ideias. Insere-se num meio problemático, tem um historial de tráfico de droga e violência ali à volta, vai do 5º até ao 12º...enfim...não preenche nenhum dos parâmetros que consideramos ideais (seja lá o que isso for, hoje em dia).
Mas depois pergunto-me: - será que a escolha que nós estamos a colocar de lado é a escolha que Deus aprova? Às vezes os planos de Deus levam-nos pelo caminho menos óbvio, tantas outras vezes por aquele que nos parecia o pior. Aguardemos o que Ele tem para nós.

Conversas ao deitar

8 de julho de 2014

- mãe, como é que se cuida de um filho?
- quando eu tiver os meus filhos e não souber o que fazer, tu vais ajudar-me?
- como é que tu sabes o que fazer? aprendeste com a avó, foi?

É assim desde que aprendeu a falar. A minha filha tem a especial capacidade de ter conversas complexas e filosóficas ao cair da noite. 
Normalmente, quase em catadupa, lança as perguntas para eu não ter muito tempo para pensar...
E a única coisa que me ocorreu responder foi:
- tu vais saber o que fazer...vais ver. 
- como, mãe?
- porque já foste filha. 
(silêncio)
- e se precisares de ajuda, claro que a mãe te vai ajudar.
Grita o Gabriel lá do sótão, com a típica confiança masculina:
- não te preocupes, que a mãe deixa-te aquele livro que está lá em baixo dos mil  conselhos para pais.
Lá tive de explicar que, embora os livros ajudem a lançar luz sobre alguns assuntos, não encerram em si a sabedoria e o improviso que nos traz a vida.
A maternidade não vem nos livros. Foi-se entranhando em mim, ao crescer, sempre que segurava os meus bebés de borracha e os imaginava de carne e osso, um dia.
Aprendi-a do outro lado da barricada, nos gestos desenvoltos da minha mãe, nos conselhos prontos do meu pai. Nos olhos de ambos. Dia após dia. Na orientação que recebi, aí ganhou forma a minha maternidade.
Mas nasceu com eles, isto de ser mãe. Estas duas pessoas pequenas. 
E ando a aperfeiçoar a técnica há quase 10 anos. Nunca se chega lá, acho eu. À perfeição.
Mas como lia no outro dia, numa dessas citações que tanto gosto, o que importa não é  destino, é a viagem. 

Diz que o verão apanhou fila para cá chegar e só dará um ar da sua graça a partir de dia 8...so we hope!
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