Este é um dos meus grandes objectivos para 2015.
Quero muito e vou conseguir, até porque para mim não é um sacrifício. É só mesmo uma questão de compromisso e decisão.
Até aos 18 anos nunca entrou nem carne nem peixe na minha boca.
[os meus pais são vegetarianos desde 1979. Até ao nascimento do meu irmão, em 1999, sempre incluíram o leite, os ovos e derivados (queijo, iogurtes, etc) na nossa alimentação. Depois disso, como o meu irmão tinha asma, deixaram o leite de vaca e passaram a consumir leite de soja, reduzindo o consumo de ovos e queijo]
Eu, a partir dos 18, volta e meia, condescendia com o meu regime alimentar, em refeições fora, na casa da família do namorado, que nunca na vida tinha ouvido falar de soja e bifes de seitan.
Os meus princípios religiosos sempre circunscreveram as minhas incursões ao mundo animal ao consumo de frango, peru, vaca e alguns peixes (só os que têm simultâneamente escamas e barbatanas).
Quando casei, aos 23 anos, deparei-me com a realidade de ter de gerir a minha casa, e as escolhas alimentares faziam parte das muitas coisas que uma pessoa tem de organizar quando sai de casa dos pais e passa a ter de cozinhar, incluindo os gostos e as preferências da pessoa com quem se casou.
Eu, infelizmente, escolhi a saída mais fácil, a que me permitia ter menos trabalho.
Hoje arrependo-me. Muito.
Quando fiquei grávida do Gabriel, mal podia ver carne à minha frente. Sopa, dessem-me sopa e saladas e eu andava feliz. Incrivelmente, ele desde sempre mostrou pouco interesse pela carne. Gosta de peixe, mas entre um bife de vaca e um de seitan a escolha é fácil. Ganha a opção mais saudável.
A Diana já é outra história. Come bem todos os pratos vegetarianos que faço, mas é gulosa. Isto é, um bife (sem quaisquer vislumbres de gordura) ou um hambúrguer com batatas fritas são coisas para a deixar a salivar.
Tudo se trabalha, é verdade. E eles têm a vantagem de estar habituadíssimos aos paladares e texturas do vegetarianismo.
Deixámos, eu e os miúdos, o leite de vaca há quase 2 anos.
A carne de vaca também passou a ser carta fora do baralho de há uns largos meses para cá.
Este ano faço 36 anos. Está na hora de voltar às origens...e já vou tarde.
Vou continuar a confeccionar a carne e o peixe para o marido e isso implica mais trabalho, mas estou disposta a isso. Terei de conviver com a possibilidade de, por vezes, os filhos (ou a filha) não me acompanharem nesta opção de vida, mas quero fazer o que me deixa de bem comigo.
Maravilhosos! E eu nem sou grande fã de tofu.