Foi uma manhã de correria. É nestas alturas que sinto falta de ter a carta. Enfim...faz bem ao físico. Fartei-me de andar. Tive uma reunião na sede de agrupamento das escolas a que pertence a escola do Gabriel. Reencontrei o meu Prof de Filosofia do 10º ano (não esqueço uma cara), que era um dos inspectores do ME que presidia à reunião.
Os miúdos andam numa fase em que me cansam os neurónios. Discutem imenso, não conseguem brincar em conjunto com o mínimo de harmonia. Ela quer uma irmã para brincar, di-lo várias vezes, ele quer alguém, pois não consegue brincar sozinho. Já ela basta-se a si mesma e usa-o para chatagear o irmão a fazer o que ela quer. Porque ele precisa mais dela para se entreter do que ela dele. A verdade é esta. E são assim os nossos dias. Continuo a mediar conflitos e há momentos em que isso me cansa bastante.
Melhores dias virão. Talvez um dia olhe para trás e pense que este era o menor dos meus problemas, mas hoje vale o que vale.
A doce dependência deles é, por vezes, sufocante. Talvez na mesma medida em que eu preciso de paz e isso torna tudo muito injusto para os miúdos. Uma mãe também tem destes momentos, não? Sou de carne e osso. São as nossas necessidadezinhas pessoais, simples, de silêncio, harmonia, que tanto renegamos a maior parte do tempo e que vêm á tona quando nos sentimos mais cansadas.
Se eu não tivesse o burburinho e o caos lamentava-me na mesma, é certo. É só um ai, normalmente apaziguado por um abraço da minha filha ou por um beijo do meu filho. Eles invadem-me o sossego, mas sei bem que os amo. E o amor dá-se em tal medida que também nos mói, esvazia. Depois respiramos fundo e estamos prontos para dar mais.