Quando começaram a construcção da Ponte 25 de Abril (de Salazar na altura), houve muitos desalojados. Quase todos foram realojados no, hoje, meu bairro. Os meus avós foram aqui realojados, quando a casa onde viviam teve de ser demolida para se construir a rotunda do centro sul, o mais directo acesso à ponte.
Foram dos 1ºs a ter TV a preto e branco. A televisão era trazida para a rua, nos dias quentes e os miúdos (e graúdos) ficavam ali presos ao ecran.
Foi aqui que a minha mãe subiu às árvores e brincou à apanhada. As mesmas pedras da calçada que ela pisou, que eu pisei, pisa hoje o meu filho. Foi no sotão, onde dorme hoje o Gabriel, que o meu tio ouviu Zeca Afonso no gira discos e pendurou cartazes contra o regime. O quarto que é hoje da Diana foi outrora da minha mãe, foi lá que brincou com bonecas, foi lá que sonhou com o futuro.
Foi também neste quarto que, mais tarde, faleceu a minha bisa. Nem por isso acho mórbido. Era o que ela mais queria, era morrer em casa e não numa cama de hospital.
Foi no quarto onde durmo hoje com o meu marido, que dormiram os meus avós. Foi também este quarto que albergou os meus pais, eu e a minha irmã até ela completar 1 ano de vida ( eu tinha mais de 2).
Era a esta casa que nós vínhamos de 15 em 15 dias, ao Domingo, brincar e comer os pudins e o arroz doce da minha avó.
Foi na minha sala que o meu pai namorou a minha mãe, sob o prescrutador olhar da minha avó.
Gosto de viver numa casa com tantas memórias. Boas e más. Sinto-a tão minha...
Foram dos 1ºs a ter TV a preto e branco. A televisão era trazida para a rua, nos dias quentes e os miúdos (e graúdos) ficavam ali presos ao ecran.
Foi aqui que a minha mãe subiu às árvores e brincou à apanhada. As mesmas pedras da calçada que ela pisou, que eu pisei, pisa hoje o meu filho. Foi no sotão, onde dorme hoje o Gabriel, que o meu tio ouviu Zeca Afonso no gira discos e pendurou cartazes contra o regime. O quarto que é hoje da Diana foi outrora da minha mãe, foi lá que brincou com bonecas, foi lá que sonhou com o futuro.
Foi também neste quarto que, mais tarde, faleceu a minha bisa. Nem por isso acho mórbido. Era o que ela mais queria, era morrer em casa e não numa cama de hospital.
Foi no quarto onde durmo hoje com o meu marido, que dormiram os meus avós. Foi também este quarto que albergou os meus pais, eu e a minha irmã até ela completar 1 ano de vida ( eu tinha mais de 2).
Era a esta casa que nós vínhamos de 15 em 15 dias, ao Domingo, brincar e comer os pudins e o arroz doce da minha avó.
Foi na minha sala que o meu pai namorou a minha mãe, sob o prescrutador olhar da minha avó.
Gosto de viver numa casa com tantas memórias. Boas e más. Sinto-a tão minha...
Que lindo Rakel! Um beijinho grande!
ResponderEliminarE é realmente tua.... recheada de momentos da tua familia!!!
ResponderEliminarÉ óptimo viver numa casa assim...que faz parte de nós, de quem somos!!!
Beijoquinhas
um previlégio!;D
ResponderEliminarMemórias familiares. Lindo. Uma casa simbólica. Mas, digo-te, se fossem as memórias de outras pessoas (desconhecidas) faz-me uma confusão enorme. Tenho medo, acreditas? A maioria das pessoas não liga, mas eu tenho medo. Se fossem os meus, claro, perfeita segurança e perfeita alegria, perfeito orgulho, assim como tão bem descreveste. Agora viver numa casa com dores dos outros, nunquinha! Pancadas minhas.
ResponderEliminarAcho que tens um privilégio enorme!
ResponderEliminarAdorava poder partilhar com o meu filho tantas memórias e saber k um dia tambem vao ser as dele!
Beijinho
ai...compreendo-te tão bem...são tantas as lembranças!
ResponderEliminarBjs
Carla