Elos

Estamos ligados, invariavelmente às pessoas que escolhemos para formar uma família.

Com a vinda do Gabriel, passei a ter uma noção muito mais concreta do que é darmo-nos a alguém.

Com um marido isso também acontece, mas o laço de sangue que nos une a um filho transcende qualquer afecto. Esta é a minha opinião.

O sofrimento a que nos sujeitamos, pela vulnerabilidade que ser mãe implica, é de longe qualquer coisa de imcomparável.

O medo de perder, o medo de não ser capaz de resolver tudo...resumindo o medo.

Não tinha realmente medo antes dele nascer.

Não ando sempre a pensar nisto, mas há dias em que as fragilidades se sentem mais do que noutros. Talvez hoje seja um deles.

Amanhã o pai vai fazer uma viagem. Não gosto que um de nós viaje sem os outros. Andar de avião não me mete medo. Mas receio, sempre que só vai um de nós.

A separação custa. Ponho-me a pensar que se acontecer alguma coisa, é o último beijo, a última festa, o último olhar...custa-me pronto!

E o ar melodramático que isto deve ter deve parecer ridículo, mas quem ama acaba sempre por parecer isso mesmo.

E agora vou ali assoar o nariz, que isto hoje só me dá para o sentimento.

As hormonas amigas também não perdoam, a aqui a carangueja com o seu feitio nostálgico também não ajuda.

Sniff...