Dizem que a Primavera já chegou, certo que sem pompa nem circunstância, porque nestes primeiros dias só nos tem presenteado com chuva. Quer-me parecer que ainda está a tentar correr com o Inverno antes de se poder, efectivamente, instalar.
Os dias sucedem-se a um ritmo acelerado e fica-me a sensação de que o tempo não chega e que não aproveitamos o mais importante da vida.
A minha casa serve de dormitório, basicamente, e isto sabe-me a tão pouco e deixa um vazio tão grande no meu coração que acho que não o consigo exprimir em palavras...
Sinto que os meus filhos não têm da mãe o tempo necessário e criam-se tantas distâncias entre todos que isto me pesa na alma.
As férias escolares chegaram. Andam felizes e sei que bem cuidados, mas duas horas por dia de vida familiar é uma coisa tão pobre, que não alimenta devidamente as minhas necessidades, e creio que com eles se passará o mesmo.
A vida devia aproximar-nos daqueles que amamos e não o contrário, não é?
Anseio pelo acampamento regional em que estaremos juntos, sem interferências.
Hoje chega a normalidade lá a casa, baralhada durante esta última semana pela ausência do frigorífico.
Preciso de um fim de semana sem compromissos, para respirar fundo, para retemperar forças e recuperar o ânimo perdido.
Vá lá, Primavera, dá um ar da tua graça, porque eu preciso mesmo.