De mim (e dos preconceitos que digo que não tenho)

1 de abril de 2009

Aconteceu-me a semana passada.
Eu digo à boca cheia que não sou preconceituosa. Tenho a certeza. Depois deste episódio percebi que as coisas não são tão lineares assim...
Um senhor aproximou-se de mim, na estação dos correios onde eu tinha ido deixar alguma correspondência da empresa. Eu fiquei meia apardalada. Ele, um senhor negro, ar simples, a roçar o pobre (se bem que o conceito de pobreza também é muito relativo, hoje em dia), pediu-me que lhe pusesse uma carta registada quando chegasse a minha vez, uma vez que a senha dele era uns 15 números à minha frente, e justificou-se:
- é que eu tenho um tratamento de diálise daqui a pouco...
Eu juro que nem ouvi bem o que ele me disse, de tão desconfiada que estava.
Dei por mim, absolutamente envergonhada quando o senhor, vendo o meu ar incrédulo e completamente à defesa, levantou as mangas da camisa, pondo a descoberto imensos hematomas causados pelo tratamento.
Baixei a guarda e acedi ao pedido, mas a lição ficou-me.
Agradeceu-me várias vezes, mas quem lhe devia ter pedido desculpas era eu...
As minhas desconfianças não se basearam na cor da pele, mas no ar simples e pobre que tinha, o meu inconsciente parece que me disse imediatamente que ele queria era enganar-me de alguma forma.
Lição aprendida.

7 comentários:

  1. Não me parece que foste preconceitosa, tiveste foi medo, coisa muito normal nos dias que correm e nas coisas que diariamente se ouvem.

    ResponderEliminar
  2. sabes há é por ai mta gente mal intencionada....dai a desconfiança.
    Eu fazia o mesmo.

    bj

    ResponderEliminar
  3. eu não era preconceituosa até começar a atrabalhar onde trabalho... depois de estar neste meio, digo com todas as letras e sem vergonha que o sou. tenho muitas razões para o ser. no entanto, como sou uma pessoa de bem e que ainda acredita que o mundo um dia pode mudar e tornar-se melhor, continuo a ser muito enrolada e a mesma parvinha de sempre... eu acho que fizeste bem em desconfiar... nos dias de hoje nunca se sabe... depois fizeste a tua boa acção... podia ser muito bem alguém que te queria enganar. é a minha opinião...

    ResponderEliminar
  4. pois é minha menina! tao-tao na bundinha ;) é perfeitamente normal essa reação nos dias que correm. é uma pena que tenhamos essa potura perante a vida. para a próxima é diferente.

    bjs***

    ResponderEliminar
  5. Eu teria feito o mesmo..se calhar sou preconceituosa, mas nos dias que correm...já nem sei se é preconceito ou cautela!

    Bjs

    ResponderEliminar
  6. Podes até ser preconceituosa noutras coisas, nesta não foste. Ter medo do "desconhecido" não tem nada a ver com preconceito. Se o homem fosse azul, seria igual. Nem em relação à pobreza, foste preconceituosa, Chamemos-lhe antes precavida. É aconselho-te a continuares a sê-lo, porque os intrujões andam a nascer do cjhão, O facto de desconfiarmos primeiro e cedermos depois é instinto de sobrevivência.

    Luz

    ResponderEliminar
  7. Não te chamo neste caso preconceituosa.Já eu te confesso, se fosse um sr possivelmente diria q sim de imediato, já uma pessoa mais jovem desconfio mais... Preconceito? n sei, saber de histórias concretas e proximas talvez (e, neste meu caso, falo em toxicodendência) que me afasto mesmo! Que me perdoem!

    ResponderEliminar

Obrigada pela vossa visita!

Proudly designed by | MLEKOSHI PLAYGROUND |