Desilusão ou Fecho esperado

27 de setembro de 2007

Pois é. Era tudo o que eu queria que não fosse.
Hoje tive a certeza que uma mulher com filhos, se quer um emprego que se faça pagar bem e que seja mínimamente entusiasmante tem de abdicar de ser mãe (já não falo em ser esposa).
Ou melhor. Mais vale é ficar solteirona e desimpedida.
Querem tudo. Que se aposte na carreira, que se esteja disponível, que não hajam entraves.
Entrei no edifício, escuro, super impessoal. Saí no 2º andar e fez-se luz. À minha frente algum entulho de obras. Duas portas. Nenhum letreiro indicativo. Abriu-se a porta. Um escritório to be.
Dois miúdos. Advogados, a começar por si num escritório deles.
Por entre salas sem portas e um corredor vazio lá me sentei numa cadeira em frente a uma secretária com dois portáteis.
Eles, com um ar muito profissional lá me foram pondo questões e fiquei com a impressão que nem sequer tinham estudado o meu currículo antes daquela hora.
Tentei manter sempre um espírito aberto e interessado. Mesmo depois do "ah e tal isto da advocacia tem imprevistos...o horário é até às 18h mas haverá dias em que terá de ficar até mais tarde...e tal os prazos..." ou então na parte em que falaram em formação "ah e tal porque não tem formação específica para dar apoio nesta área...nós patrocinaríamos, claro, mas era em horário pós laboral."
Ou seja, mais horas roubadas ao final do meu dia por sei lá quanto tempo.
Eu até percebo que isto era muito bom para o meu currículo, até imagino que iria gostar das funções.
Mas...(o mas mais importante de todos)...e o principal??? E o tempo com os meus filhos?? Não vou ser mãe nos tempos livres. Já bem basta o ter que trabalhar para viver...
No mínimo, quero ter direito a dar jantar e a deitar os meus filhos todos os dias.
Fiquei triste. Fiquei.
Disseram que me ligavam para a semana, caso passasse à 2ª fase de entrevistas. Não sei se vou querer avançar sabendo o que me espera.
Sou estúpidamente amorfa, será??? Pouca ambição?
Ou será simplesmente um investimento na família e não na carreira que me interessa? Será uma coisa má?

27 comentários:

  1. Não é de todo um coisa má, é simplesmente a tua maneira de ser.
    Beijinhos

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  2. A prioridade é a família, eu pensaria da mesma forma.
    Beijinhos.

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  3. Eu penso como tu,talvez porque nao tenha tido uma familia coesa,a minha prioridade é a minha familia.
    Sinceramente,acho que nao conseguimos fazer as 2 coisas como deve ser(filhos/emprego),alguem fica a perder(normalmente é sempre a familia).
    Beijinho e animo!!

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  4. pois é miga!!!


    hoje exige se mto das mulheres e nos empregos ter filhos é quase um empeçilho!!!

    de certeza q arranjaras algo às tuas medidas e c horario certo p acompanhares os miúdos!!!


    beijos

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  5. é por essas e por outras que muitas mamãs decidem ser patroas delas proprias!
    Coragem, outras oportunidades virão,
    bjs

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  6. Escritório de advogados é "fogo".
    Compreendo-te perfeitamente e sinceramente também não me parece a melhor opção... não para ti, como te conheço.
    Tenho a certeza que há-de aparecer algo melhor, mais perto :)
    Confia Amiga, o teu dia vai chegar.
    Beijocas

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  7. Mas qual amorfa qual que??
    A tua prioridade são os teus filhos, o teu marido - a tua familia....

    Vais ver que vais encontrar algo que consigas conciliar as duas coisas...

    Mas o que dizes é bem verdade: Queremos uma carreira, tenho de abdicar muitoo do nosso tempo!

    Beijosss

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  8. Hoje sinto exactamente isso. Porque não queria ter vindo, pq deixei o mais velho mto triste na escolinha, pq senti q falhei, mas dps há dias em q sinto o oposto.

    É importante q consigas conciliar as 2 coisas e isso é possível, ainda q mta gente te diga (ou vá dizer) q ñ.

    Boa sorte.

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  9. percebo-te tão bem... e olha que eu trabalho, mas sou daquelas que gostava de estar em casa como tu, com a minha a 100%... custa-me muito estar todo o dia longe dela... procura mais uns trabalhos, pode ser que algum te agrade mais... mas olha que uma coisa te digo, está dificil hoje em dia encontrares algo em que não tenhas de te sacrificar de alguma forma... no entanto, existe um meio termo para tudo e é aí que deves chegar e que te deves encontrar. Se não estás confiante e se não é isso que queres, força para nova procura. Eu acho que os filhos estão sempre primeiro, mas em todos os empregos há sempre alguma coisinha que não é como queres ou como gostavas e um sacrificio ou outro vai ser inevitável... aconselho-te mesmo nova procura! E muita sorte miga! Força e ânimo!

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  10. eu penso como tu, já que tenho que trabalhar que seja em algo que não projudique a minha filha...mesmo ganhando menos ou trabalhando numa área que não me diz grande coisa. São opções, não critico que opta pelo contrário mas custa-me a entender algumas mães/pais que trabalham dia e noite sem tempo para estar com os filhos...eles crescem tão rápido, tão rápido! Logo logo já cresceram e perdemos a melhor fase da vida deles.
    OLha tenta pensar no que poderás fazer, talvez começar por baixo, ganhar menos e ter mais tempo livre...quando recomecei a trabalhar optei por aceitar um estágio apesar de já ter trabalhado 3+1 anos anteriormente. A ganhar menos mas perto de casa com horários bons (e sem ter de levar trabalho para casa) felizmente correu bem e continuei depois do estágio, agora ganho um pouquito mais mas tb tenho mais responsabilidade e menos tempo de qq forma acho que foi uma boa opção que me dá algum tempo para estar com a Di ;) Outra opção poderá ser criar o teu próprio emprego, a vantagem é poderes fazer uma coisa que gostes muito no teu proprio tempo a desvantagem é que dá mais dores de cabeça, é arriscado e por não teres horarios acabas por trabalhar muito mais.
    Tenta parar um pouco e pensar no que queres/podes fazer...acho que logo logo vais encontrar uma coisa que te preencha.
    Força!
    beijinhos

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  11. ah só mais uma coisita...tou sempre a levar com essa história de não ter ambição! Tretas...há pessoas que não percebem que alguém pode ter como prioridade o estar com os filhos em vez de um grande emprego. :P

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  12. POis ...prejudicar os filhos nao!

    Mas na advocacia é mesmo assim...nem sempre mas há escritórios que funcionam assim e se esse é um escritório "to be"...acho que começa mal...mas eles é que sabem!

    Bjs
    CArla

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  13. Acho que podes encontrar algo melhor, que não te prenda tanto...
    Antes de ter filhos só pensava no trabalho, agora existem outras prioridades...
    Tem calma que algo se há-de arranjar :)
    Beijinhos

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  14. Não percebo. Já está a fazer 14 anos que trabalho com advogados e nunca me foi pedido para fazer horas extraordinárias por haverem "prazos a cumprir".
    Horário é horário e eles só têm é de orientar o trabalho de forma a não passar da hora de saída.
    Quer-me parecer que esses dois começam com o pé esquerdo. Como têm um canuda na mão acham-se muito importantes.
    Também te digo que não é necessária nenhuma formação especial para trabalhar nessa área. Isso só demonstra é que lees não sabem no que se estão a meter.
    Tudo o que sei fazer neste escritório, aprendi-o à minha custa. Agora que mudámos de instalações, sou eu que tenho estado a orientar tudo e colocar tudo nos devidos lugares, de forma a que fique funcional para todos.
    Mas pronto. Nem todos os advogados são iguais.
    Vais ver que não tarda nada vai aparecer algo que "te encha as medidas".
    Joquinhas e bom fim de semana
    Sofia

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  15. Olá Raquel,
    O que te posso dizer é que quanto mais tarde voltares' ao activo' mais dificil vai ser para ti. Eu tive dois anos, como sabes a meio gás, com duas gravidezes de seguida e já me custou e apanhei um choque de voltar ao horário normal que é sair ás 17:00 e desta vez com duas para tratar e não uma. Já chego a casa ás 6 e depois é um corre corre. De manhã então é para esquecer, é tudo cronometrado ao minuto , tenho que ter a Ângela vestida e com o leite tomado até ás 07:00, eu já tenho que estar despachada, e depois vou levantar a Diana. Se falta alguma coisa ou se me atraso com alguma já pode implicar chegar atrasada 30m.
    É claro que o mais importante é a familia,tenta conciliar com um trabalho que saias a horas certas e vai tudo correr bem

    Bjos
    Carla

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  16. O equilíbrio é muito difícil. Às vezes sinto-me assim, quero sair daqui, dedicar-me aos meus. Outras vezes sinto que preciso de trabalhar, preciso destas horas sem ser mãe.

    O que é importante é que tu te sintas confortável. Só assim vais ser boa profissional e continuar a ser boa mãe.

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  17. Não é mau não. Mas também tens de pensar numa coisa: esse entusiasmo deles é fogo de vista. Não me parece que o volume de clientes de hoje em dia lhes vá dar muito trabalho. Há tantos advogados. O mais certo era saires mais tarde uma vez por outra. Se me oferecessem agora um trabalho puxado, a sair tarde e com disponibilidade permanente, também hesitaria. Mas nos tempos que correm, alguns sacrifícios faria, nem que temporariamente. Também me ia custar estar sem eles, mas...experimentava e logo via.

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  18. Sabes Raquel, tu deves fazer o que te fizer feliz. Eu opinei, mas não devia. Vivemos em sítios totalmente diferentes. Aqui ainda se vive com calma. Se eu saio às 18h, às 18h15 estou com o meu filho, às 18h30 estou em casa. E vai melhorar, pois vou ter os dois ao lado do trabalho. Enfim. Tenta encontrar uma coisa à tua medida, já que podes esperar.

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  19. se é para trabalhares com 2 míudos em inicio de carreira, mais vale ficares em casa e cuidares dos TEUS míudos ;) Não te entregues à neo-escravatura.

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  20. Pois eu concordo contigo e não te acho nada amorfa. Cada vez mais acho que se devia investir mais na nossa propria familia, se temos a sorte de ater, do que em carreiras que, por vezes, pouco ou nado nos dizem.
    Não consegues põr os pasteis a dar mais ?? mesmo que cozinhasses noite adentro, tinhas os dias com eles.
    Sei lá, contactares lojas de congelados e ofereceres os teus produtos à consignação, ou à comissão. Há ainda pouca coisa vegetariana e ainda há mercado.
    Ou recorreres a um mricrocredito e abrires uma lojinha de qualquer coisa.

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  21. A mãe teve uma belíssima ideia

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  22. estou com a flores, é possível conciliar as duas coisas...

    (e tu vais chegar lá!)

    (e eu não tenho um pingo de ambição profissional - à parte do querer fazer algo que me satisfaça - e quem não gostar olha para o lado)

    (e compreendo muitíssimo bem todas as tuas angústias porque também passei por elas!)

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  23. Podiam ser minhas, as palavras da InêsN.

    Um conselho: procura algo que te satifaça. Tenta.

    Um beijinho

    mocas

    PS: a viver de "biscates há 3 anos" e "sempre lá" para a família.

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  24. Não fosse o facto de o meu ordenado ajudar no orçamento familiar e deixaria de bom agrado de trabalhar. Pelo menos, neste ritmo, com estas obrigações todas. Sim, por para mim, a família também está em primeiro lugar. Porque eles são mais importantes do que o resto. Os sacrifícios existem, claro. Mas não somos aberrações ao não ambicionarmos mais alto. As coisas vão acabar por se compôr, vais ver (eu sei que deves ouvir isto a toda a hora... mas queremos ver-te animada). Qualquer coisa diz.

    Beijos grandes.

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  25. eu acho que estás a investigar na única coisa que importa.

    (espero que consigas encontrar esse trabalho que te permita não ficares com a sensação de estar a abdicar deles. eu gostava de mudar, mas este meu trabalho permite-me isso... e avançar equivale a abdicar deles... e isso não se sou capaz)

    um beijo

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  26. ola
    penso tal e qual como tu sempre que fui a entrevistas o primeiro que avisei era que tinha uma filha e nao ia ficar ate tarde pois o minimo tempo que tenho quero passar com ela.
    aqui aceitaram bem isso saio as 5.30 mas se tiver de sair um pouco mais tarde saio mas nada que passe das 6/6.30 e isso é optimo, vou busca la cedo e estou mais tempo com ela.
    jinhosssss

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