Dos blogs (loongo)

Hoje, depois de lêr o post desta amiga e, especialmente depois de lêr os comentários, ficou-me, mais uma vez, a ideia de que as mães que põem fotografias dos filhos no blog são criminosas da pior espécie. Já me questionei muitas vezes se estou a ser ou não uma mãe negligente sem o querer.
Quando comecei o blog em Junho de 2005, tinha o Gabriel 6 meses. Era muito inocente em relação a tudo o que dizia respeito ao mundo da internet. Achava que era tudo fantástico, fazer amigos, partilhar experiências, conhecer novas perspectivas em relação à maternidade.
Tenho saudades desse tempo...
Quando engravidei pela 2ª vez, começaram a surgir polémicas, que vieram com os blogs falsos, com os plágios de outros blogs estrangeiros...mas já há muito que se falava desta atitude de mães irresponsáveis que expunham demasiado os filhos em imagens.
E eu sempre senti esse dedo acusador, porque sempre pus fotografias dele e agora ponho dela (embora agora o blog seja privado).
Privatizei depois dela nascer. Fiquei triste por ter de tomar essa atitude. Mas tudo o que se foi passando á minha volta e no Mundo, me fez achar que era o melhor a fazer, dado que eu não queria prescindir de pôr fotos.
O blog, para mim, é um albúm. De momentos, de expressões deles, de evoluções, de sentimentos. E o bom é poder partilhar tudo isto com pessoas das quais aprendi a gostar, mesmo sem lhes ter visto o rosto, na grande maioria dos casos.
Por opção, foi ponto assente que não ia dar convites a quem chegasse depois da privatização e que nunca tivesse sido leitor assíduo do 1º blog.
As pessoas que me lêem são pessoas em quem confio. Pessoas com quem na grande maioria já troquei mails, já falei no msn. Pessoas que hoje, fazem mais parte do meu dia a dia, do que pessoas da minha família ou amigos pessoais.
Porque o nosso quotidiano nos aproximou mais do computador do que das pessoas, verdade.
Porque a internet ligou o meu caminho ao de pessoas, que jamais teria conhecido se não fosse assim.
Porque as afinidades existem também por cabo, porque sentimos o Amor de outras pessoas, por nós, pelos nossos. Porque me dá prazer e alegria ver crescer crianças, de quem aprendi a gostar ainda no ventre das mães.
Enfim, sou lírica demais na minha análise. Mas é assim que sempre fui.
A privatização deu-me segurança. Um mínimo. Porque nisto da net nada é a 100%.
Se um dia decidir que é impossível manter um blog nestes moldes que me dão gozo, então é nesse dia que esta Aventura termina, com um ponto final definitivo.
E sei que se esse dia chegar vou ter umas saudades imensas de tudo o que aqui vivi.


o 1º blog, desde há dias, está privado. só eu posso aceder a ele. daqui a uns tempos o mesmo acontecerá a este. outro novo surgirá. mas as histórias ficam, para nós. da maneira que mais as gosto de contar. com fotos.