Podia ter sido um dia tão engraçado

era o dia de aniversário do meu amor maior...mas acabou por ficar ensombrado por uma queda estúpida que levou um dentinho ao meu menino.
Pode parecer meio estúpido mas senti-me invadida por uma tristeza e uns nervos tão grandes que nem imaginaria poder sentir só por ele ter perdido um dente. Vê-lo ali com a boca toda ensanguentada e sem um dente apertou-me o coração. Saber que agora, só daqui a 3/4 anos é que terá o seu sorriso inteiro, completo. Que todas as fotos da sua 1ª infância ficarão com esta marca...o que me custa vê-lo sem o dente...
Eu sei que há meninos com doenças terminais e com queimaduras, outros com doenças de pele, outros que nuncam hão-de chegar aos 2 anos porque a vida é tão madrasta e injusta, e isto ao pé de uma situação destas é uma mera parvoíce, um acidente de percurso. Mas não consegui evitar ficar inundada de uma profunda tristeza por ele.
Eu, que sou a Miss descontracção, acho que perdi 70% desta ontem.
E mesmo assim, tenho consciência de que nem que andasse com 2500 olhos em cima dele, não poderia evitar certas coisas de acontecerem.
Ser mãe e pai, ter filhos, é abrirmos as portas à vulnerabilidade, à desprotecção.
É ficarmos sujeitos à dor de que algo pode acontecer àqueles que gerámos e que tanto amamos.
E como eu digo, tenho a consciência de que isto foi o que foi...um acidente, e que não foi grave, felizmente.
Se pudesse protegê-los de tudo o que lhes causasse dor faria qualquer coisa...mas não posso.
E o não poder controlar tudo, às vezes, enche-me de uma certa angústia.
Resta-me ter fé que Deus os protegerá de coisas piores.