Ontem...

...foi dia de fazer coisas de adultos.
De estarmos só os dois. O pai e eu.
Soube-me bem ir jantar fora e comer a comida ainda quente, e podermos olhar um para o outro, sem pressas na conversa.
Foi bom fazer compras sem a preocupação de que poderias estar a ficar rabugento.
Foi bom ir ao cinema e saber que não havia horário para regressar a casa...
Custa-me sempre deixar-te, mas sinto que é saudável para os 3 estes afastamentos pequeninos, para lembrarmos quem somos para além de teus pais , para não me esquecer de mim, para não me esquecer do pai...
É a esta nossa relação que virás buscar sabedoria e paz, é de nós que transbordará o conforto que o lar te trará ao longo da tua vida, para sermos o teu porto seguro, embora cheios de defeitos.
Sim, porque nós pais somos falíveis como toda a gente, erramos, e temos falhas...mas para que o amor seja sempre o elo mais forte, é importante que os dois nos sintamos unidos para além de ti...
Quando chegámos a casa a tua ausência invadiu-me...
Mas sabia que estavas feliz em casa dos avós que te tratam como a um filho...
E que na manhã seguinte estarias nos meus braços outra vez.
O coração bate sempre mais depressa e o sorriso com que nos brindaste chegou para apagar a saudade...e soube tão bem cheirar-te, e ouvir os teus gritinhos, e ver-te estender os braços para nós.
Este Amor é o que nos move...este Amor é o que nos torna menos egoístas, este Amor é o que faz esquecer cada pequena discussão por um pormenor ridículo da vida do dia a dia, que faz valer a pena o cansaço que nos trazes, faz valer a pena cada concessão que fizémos quando entraste na nossa vida.