Miúda de volta. Eu e o pai estávamos cheios de saudades. O Gabriel anda numa fase tão palerma que fico tão triste, às vezes... Gostava que fosse protetor, amigo, carinhoso, mas não temos nada disso presentemente. Implica com ela, está sempre a diminuir tudo o que ela faz, diz... Tudo na irmã o irrita. Nem depois de 1 semana de ausência a coisa amainou. E ela, que é toda mel, ressente-se e entra em modo defesa que normalmente é sinónimo de ataque. E de ripostar em ripostar andamos nisto, sempre a mediar conflitos, discussões e, às vezes, uns encostos, pontapés e afins.
Respiro fundo, conto até dez e tento acreditar no meu marido, quando ele diz que é só uma fase.
Seremos 4 por pouco tempo, pois amanhã é a vez dele partir.
Fui a única a acordar antes do sol nascer para vir trabalhar. O pai está de férias e ficaram todos no bem bom. O dia está cinzento, já chuviscou e tudo.
Que bem que me soube poder esgueirar-me ao quarto dela e deitar-me ao seu lado, abraçá-la, pôr as minhas mãos em cima das dela e beijar aquelas bochechinhas que, apesar de habitarem um corpo já quase do tamanho do meu, continuam a ser cheias, fofas e quentinhas, como quando era bebé.
Nunca chegarei a saber se é o meu abraço e a minha presença que os conforta ou a deles a mim. Acho que os pais também precisam de colo, de tempos a tempos. E, felizmente, encontro muitas vezes esse mimo nos meus miúdos crescidos, quer a meu pedido, quer de forma voluntariosa. E é tão bom.