Fim de dia

12 de maio de 2014

A noite está a instalar-se, mas ainda resta alguma luz lá fora. 
O pai joga à bola na cozinha com o Gabriel, descalço. Diz que eu proibi essas jogatinas, porque jogar é na rua, mas estou sempre a ser fintada.
A Diana termina a salada de frutas a conta gotas, porque diz que não gosta de ananás.
Eu ouço o Mr Tamborine Man...não há melhor que o Bob para nos embalar nestes primeiros segundos do anoitecer.
A vida compõe-se destes dias de calmaria, em que no meio da azáfama conseguimos desligar o botão do stress e recebemos aquilo que esta nos pode dar. Momentos comuns, em nada espectaculares ou assinaláveis. Esses que, um dia, ansiaremos ter podido congelar para os revisitar, vezes e vezes sem conta.
Agora tocam os Pogues. A Dirty Old Town. A filha veio sentar-se ao pé de mim com a salada de frutas. Pernas à chinês na tijoleira da sala. Dá-me beijinhos no braço com sabor a laranja. Vou dançar e fingir que hoje não é segunda feira e que o tempo não tem nome, nem paredes, nem se pode contar.

3 comentários:

  1. È destes pequenos momentos que se faz a felicidade.
    Maravilha! :)

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  2. Esses são os momentos que gosto de guardar dentro de mim para visitar sempre que me apetecer e sentir os cheiros e a felididade desses mesmos momentos de partilha.

    Beijinho

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  3. esses momentos são o sal da vida e o que dela se leva :) lindo texto!

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Obrigada pela vossa visita!

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