O dia em que se assinala um título de todos os dias

5 de maio de 2013



Parte de nós está neles. Nos filhos. Saíram das nossas entranhas com bocadinhos da nossa essência e, acredito eu, que é precisamente por isso que quando não podemos senti-los, cheirá-los e acolher os seus pequenos (já não tão pequenos assim) corpos no nosso regaço isso nos incomoda, pesa, dói.
Eu passo a semana inteira à espera dos dois dias em que poderei acordar com os seus beijos e em que poderei, sem pressas vê-los brincar e gastar as horas descomprometidas como bem lhes apraz.
Quando, mesmo que por motivos muito válidos, me vejo privada desta bolha de oxigénio emocional, a coisa causa-me angústia e chega a ser algo tão físico que mal tenho palavras para explicar aquilo que isso me  faz sentir.
Depois de 2 dias a chegar a casa já depois deles estarem a dormir e de sair antes deles acordarem, hoje foi dia de saciar saudades e de apaziguar a ressaca a que esta abstinência de filhos me levou.
O certo é que este é um caminho de dois sentidos e a minha filha que, apesar de ser tão diferente de mim, carrega nela outro tanto em que me revejo disse-me, num abraço:
- mãe, ainda bem que finalmente podemos estar juntos. Já não me conseguia lembrar da tua voz.
Agradeço todos os dias a Deus, esta bênção que me concedeu há quase 9 anos, de ser mãe.
Agradeço por tudo aquilo que Ele me ensina através deles. Por me polir os defeitos, por me mostrar qualidades que eu desconhecia, por me confrontar com as minhas falhas e ideias pré-concebidas.
Estou desejosa de continuar a aprender e a evoluir e de os ver crescer e desenvolver no Seu caminho. Íntegros, amados e felizes.
Não tenho a ousadia de chamar a mim o título de melhor mãe do mundo, porque isso não existe mas, como diz a minha miúda tantas e tantas vezes, - és a minha melhor mãe!
E isso eu sou, a única mãe que eles alguma vez terão. E tudo o que é único é inestimável.

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