Considera-se aberta a fase da implicância premeditada

26 de novembro de 2012

Estão fundamentalmente a ser apenas irmãos. Esta é uma coisa que os irmãos fazem. Deve ser uma espécie de treino para a vida ou simplesmente uma demonstração elevada de afecto, daquelas que só manifestamos àqueles que sabemos que nunca nos vão realmente detestar por sermos detestáveis.
Eu confesso-me um bocado perdida no meu papel de mãe quando isto acontece. É desgastante ouvir queixas, gritos ou pedidos de intervenção constantes. Para a seguir ouvir risinhos parvos, que inutilizam tudo o que eu possa ter feito para amenizar as guerrilhas entre eles. É um papel inglório, este.
Por outro lado, também se inaugurou a fase da mãe-invisível. Deve ser outro super-poder que herdamos quando temos filhos. As repetições a que a desobediência deles me obriga são brindadas com uma total ausência de resposta. "Falar para o boneco" ou "para a parede", "pregar para os peixinhos" são expressões que me assentam que nem uma luva. Depois canso-me e acabo por me exaltar e os nossos dias são esta luta constante por este equilíbrio entre amar e ser-se respeitado ao mesmo tempo. Não é fácil. O pouco tempo que passamos juntos deixa-me com aquela sensação de que sou a figura dos nãos, das ordens, dos sermões. Porque não houve tempo no dia para ser a outra, a que conta histórias, a que sorri, a que elogia, a que daria tudo para não ter de se aborrecer.

5 comentários:

  1. como te entendo... (gostava de ter esse dom de pôr o que sinto na escrita.. é tal e qual isso!)

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  2. Onde é que eu assino? É tal e qual o que acontece aqui... Um dia destes disseram-me o seguinte "são piores que inimigos, são irmãos!"... 5 minutos depois parece que nunca estiveram chateados um com o outro (antes assim!) mas é um stress diário
    Os vizinhos dos meus pais têm agora 16 e 14 anos, rapaz e rapariga, os pais dizem que as implicações constantes continuam!...

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  3. Segundo post que leio hoje +/- sobre o mesmo tema e que me assenta lindamente...
    Como me revejo nestas tuas palavras... o meu fds também não foi fácil.
    Chega-se ao fim do dia exausta e com o coração nas mãos a pensar onde erramos e onde podemos melhorar...
    beijinho.

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  4. Epá...parecias eu a falar!!!! E ainda agora estou a começar nessa cena dos irmãos...e digo-te quando toca a duas gajas, vai lá vai...tenho dias que nem as vejo.

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