É urgente pensar

14 de maio de 2010

Tenho tido algum receio de falar aqui neste assunto. Quase todas sabem que não sou católica, mas sabem que respeito todas as religiões e credos. Sempre me ensinaram que há almas sinceras em todas as igrejas, mesmo nas que não professam fé nas mesmas coisas que eu.
Já se esmiuçou o suficiente os gastos absurdos que esta visita implicou, ou a própria ostentação na indumentária do senhor. A mim, como crente, custa-me principalmente que as pessoas que se dizem católicas, na sua grande maioria, não experimentem ler a Bíblia, que não questionem os rituais que praticam, que não procurem saber qual é, verdadeiramente, a vontade de Deus. Afinal, acabo por concluir que, a única diferença entre a idade média e os tempos actuais é que as pessoas de antigamente tinham a atenuante de serem quase todos analfabetos. Hoje, as pessoas continuam a preferir ser analfabetos espirituais a terem de procurar conhecimento e mudar comportamentos de vida. As frases como: foi assim que me ensinaram toda a vida, é assim que é...ouço-as vezes sem conta. As pessoas preferem acalmar a consciência com rituais, porque é mesmo assim, a terem de pensar. Assim, pelo sim pelo não, se afinal os senhores de bata até tiverem razão, já cumpriram e pode ser que até não vão para o inferno. E vê-se a adoração que se tem por pessoas iguais a nós, que de repente alguém disse que vão passar a ser santos, e rezam coisas decoradas a imagens de pedra em vez de falarem com Deus.
E pronto, acabo sempre por achar que vou ofender alguém, mas acreditem que não é essa a intenção. Mas gostava que as pessoas despertassem. Porque a vida que nos foi dada por Deus é mais do que esta experiência neste planeta cheio de defeitos, injustiças e pecado. E não estou a falar em vida depois da morte, nem em reencarnação. Acabo por perceber mais aqueles que não acreditam em coisa nenhuma.

7 comentários:

  1. sublinho quilo que escreves...

    kiss***

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  2. Sou católica, mas essencialmente cristã.
    Concordo com o que tu dizes. É mais fácil "fazer rezas" do que rezar, falar com Deus, olhar p/ o umbigo e p/ o lado, amar o próximo, mexer.
    Mas também acho que hoje em dia os jovens que "ficam", que decidem "seguir" têm tendência a ter uma mentalidade diferente e cada vez menos conformistas, questionam mais e são mais viradas para o outro do que outras gerações anteriores que ainda vivem demasiado do "que lhes ensinaram".
    Aquilo que sinto nestes momentos de movimento de grandes massas humanas é uma emoção grande por ver a fé que os move. Só falta que essa fé sirva para a seguir irem mover montanhas e não fecharem-se em si mesmos.
    (acabei por escrever demais, sorry! :P)

    :*

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  3. eu sou católica Raquel. e não me sinto nada metida nesse "saco" que falas. também não fiquei ofendida, mas acho que não se pode catalogar todos os católicos da mesma forma. eu li a Bíblia várias vezes. eu leio a Bíblia várias vezes. e eu vou continuar a ler a Bíblia várias vezes. se vou à missa? nem sempre. precisamente porque o ritual em si não me diz muito, precisamente porque concordo contigo na parte da igreja ostentar mais do que deve, dar importância a factos e acontecimentos que não devem ser tomados como importantes. mas tenho a minha Fé e as minhas Crenças. e falo com Deus muitas e muitas vezes todos os dias. à minha maneira. estando sozinha, estando com a pequenina, olhando o mar, rezando na igreja ou em casa, ou no carro... e tento sempre ser o melhor que sei ser para os outros. aliás, quem me conhece bem, sabe que dou tudo o que tenho, faço tudo o que está ao meu alcance para ver os outros bem, tanto, que por vezes, me esqueço de mim. como é óbvio, também faço coisas mal feitas e também sinto culpas... mas isto, para dizer que nem todos os católicos são iguais, que não se pode meter tudo dentro do mesmo saco e generalizar e que todas as religiõdes, como dizes, devem ser respeitadas porque há almas muito crentes em todas e como em tudo, todas as religiões têm bom e mau, não é só na católica que isso acontece. mas pronto, esta é também a minha modesta opinião. durante muitos anos fui catequista de crianças e cantei num coro de jovens. foi algo que sempre me deixou imensa saudade, mas por ver coisas dentro da igreja que me deixaram desagradada, deixei e preferi continuar a viver a minha fé à minha maneira. não fui ver o papa. não iria vê-lo, mas sei que muitos que o foram ver, foram sentindo uma enorme crença e uma fé que os moveu até lá (outros, nem por isso... mas acredita que muitos foram com sentimentos nobres e verdadeiros). mas também te digo... quando o vi na TV, questionei-me sobre o porquê dos dois enormes cachuchos em ouro amarelo que trazia nos dedos... e sobre o porquê dos paramentos tão ricos... lá está, são algumas das tais coisas com as quais não concordo dentro da igreja. e já me estendi muito mais do que aquilo que queria e que era suposto. desculpa.

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  4. Oi Raquel,
    Sou católica porque cresci e fui educada nessa dita fé e crença. Mas ao crescer coloquei diversas perguntas q essa mesma fé não me soube responder... percebi através da Bíblia que não se devem adorar imagens, que Jesus era e usava trajes humildes, ajudava e andava ao lado de pobres. A visita do papa tb me revoltou, num momento de crise tanto económica como de valores, foi gasta uma fortuna em vão...
    Esta é uma sociedade hipócrita, onde não se fazem perguntas sobre questões básicas, talvez com medo de perturbar… o povo já não e analfabeto mas é ignorante. Recordo uma Sra. entrevistada para a Tv a dizer que está muito emocionada por ver o papa, era tal como ver Deus ou Jesus (?!?!?!) para mim o papa não é Deus na terra, é um homem eleito por homens. Os padres bispos, são homens e como tal tem vícios, defeitos tal como qualquer outra pessoa. Já não há inquisição mas há outro fantasma bem real que assombra esta igreja, mas que tal como na era da inquisição… é melhor fazer de conta que isso não existe.
    Não é minha intenção mudar mentalidades, mas vou fazer o possível para que meus filhos não cresçam com a cabeça cheia destes mitos, mas sim a acreditar em Deus acreditar que devemos fazer bem ao próximo… não fazer aos outros o que não gostaríamos que nos fizessem a nós, etc… acho que é por aí o caminho deste povo…
    Desculpa ter “alugado” o teu espaço, mas este é um tema com tanto para questionar e debater
    bjs

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  5. eu acho k o problema n está somente nos analfabetos conformados com a sua fé e com os seus rituais, mas também está nas pessoas cultas que se acomodam no seu canto com medo de perturbar a sociedade. No fundo os analfabetos só deixarão de o ser, quando alguém os ensinar a ver o mundo espiritual com outros olhos. Eu sou um dos culpados :s

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  6. Ora vês! Eu prefiro mesmo não acreditar em nada...

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Obrigada pela vossa visita!

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