Da minha maternidade

2 de fevereiro de 2009

Grito muito, quando estou exausta e não me consigo fazer obedecer. Às vezes dou palmadas, ponho-os poucas vezes de castigo. Seguro-lhes as bochechas, olho-os nos olhos, falo devagar e de forma suave, quando quero muito que entendam alguma coisa. Sou exigente. Espero respeito, obediência, entreajuda, partilha e amor. Peço-lhes desculpa quando ajo de forma errada e isso os afecta. Às vezes irritam-me, mas amo-os sempre, mesmo quando já não os posso ver nem ouvir.
[são como esponjas, a tentar absorver tudo à sua volta e querem sempre a minha opinião, que veja, que comente, que faça, que...
querem sempre mais. e eu às vezes sou tão bruxa que tenho a ousadia de pensar primeiro em mim, e em como me apetece estar aqui ao computador, ou a ver o meu programa de televisão, ou a ouvir uma música de olhos fechados.]

Beijo-os, toco-lhes, aperto-os, cheiro-os e abraço-os sempre que os sinto por perto, como se tivesse um íman que os atrái para perto de mim.
Tento ser sempre melhor, por eles e para eles. Nem sempre consigo superar as minhas dificuldades e defeitos. Uma coisa sei. Que sabem que os amo. Só desejo que o sintam sempre, mesmo nos dias mais sombrios. Naqueles em que me vão detestar e questionar. Naqueles em que o meu discernimento estiver diminuido pelas minhas opiniões e formas de ver as coisas. Uma mãe não é perfeita. E só o percebo agora. Agora que saí de mim, através destes dois seres que põem à prova tudo o que aprendi, tudo o que sou.
Mas quero tanto ser um dia a mãe forte, carinhosa mas firme, conselheira, companheira de gargalhadas e ombro amigo, que eles irão recordar com amor.
Sinto que o caminho ainda agora começou e já cresci tanto...
Ser mãe sempre foi algo inquestionável para mim.
Eu era daquelas que sonhava com o vestido branco de cinderela e com o príncipe encantado, mas também era a rebelde que fugiria por amor, a contestatária que assumiria sempre uma gravidez fora do casamento. Os filhos eram uma bandeira.
Perdi a noção romântica que tinha disto tudo.
Ganhei a certeza que isto é tão simples como esta máxima: sangue, suor e lágrimas.

Sangue: sofrimento, crescimento, calor, laços, compromissos
Suor: esforço, dificuldades, cedências, cansaço, empenho
Lágrimas: de alegria, de tristeza, de nervosismo, de felicidade, de surpresa, de dever cumprido

Desde que nascem até ... para sempre....

15 comentários:

  1. BEM!!!!
    Descrição perfeita do que é ser uma mãe verdadeira, mesmo no sentido da palavra, Mãe!!!!

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  2. que descrição perfeita, perfeita de mãe.....é isso mesmo, sangue, suor e lágrimas.


    Bjokas

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  3. Concordo plenamente:)
    Beijinho

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  4. é assim mesmo... revejo-me muito neste teu texto...

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  5. tu és das coisas mais próximas que conheço de uma visão romântica da maternidade.

    mantiveste o teu amor-romântico e tens filhos lindos e bem educados.

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  6. Oh miga...para começar estou a chora por te ler!
    ...tenho saudades das nossas conversas!
    ...

    Um bj

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  7. Tu pões tão bem em palavras o que tantas de nós sentem amiga...
    Beijocas grandes

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  8. Lição aprendida e apreendida. Venham eles para a pôr em prática!!! Beijinhos.

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  9. tão lindo e coerente, o teu texto, querida. Gostei muito.

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  10. Lindo,
    Sinto o mesmo que tu..
    E como cresci desde que as tenho :-)

    Beijinhos e boa semana
    Carla

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  11. Em tudo o que escreveste é a pura das verdades...e está maravilhoso este texto.

    JOcas

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  12. e escreveste tão bem ... sou bastante como tu :)

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  13. Também eu me revejo neste teu texto. MÃE no verdadeiro sentido da palavra.

    Lindo

    Bjs

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