Vir em 2º lugar

14 de junho de 2007

No sábado fomos, como sempre, almoçar com os meus pais. O Gabriel adora brincar com o meu irmão. Ao meu irmão faz bem ter o Gabriel. Pediu para lá ficar e deixámos. Viémos com a Diana para casa.
Dormiu e depois passámos a tarde só com ela, para ela.
É nestas alturas que nos damos conta que a atenção que lhe damos, em comparação com a que teve o Gabriel na mesma idade (e desde que nasceu), é infinitamente menor.
O Gabriel está numa idade em que nos absorve, requer a nossa atenção e participação em tudo. Ela, apesar de já mostrar uma personalidade mais vincada, muito diferente da dele, entretém-se e desde que haja movimento e companhia em volta dela ela está bem e feliz.
Com o Gabriel (não por ser o Gabriel, mas por ser o 1º, o único) ele era o centro de tudo. Olhávamos para ele demoradamente, acompanhámos tudo, puxáva-mos por ele. Com ela, acho que a força motriz é mesmo o irmão.
À falta de conseguirmos dar-lhe os nossos 100%, o irmão, com as suas brincadeiras, os seus abraços, as suas canções, as suas conversas dá-lhe o que não conseguimos.
Nunca achei que fosse ser assim mas sem dúvida que com o 1º é tudo muito diferente.
Talvez seja por isto que a sinto crescer tão rápido. Que acho que o tempo está a correr mais depressa.
Porque os meus olhos não se demoram nela tantas vezes, porque a vida agora ganhou um ritmo muito mais acelerado.
Porque o tempo se divide por dois. E quem pede mais é quem recebe mais. É mesmo assim. Amo-a tanto. Como o amo a ele. Uma coisa visceral mesmo. Mas ela veio em 2º lugar...e ainda que isso não diminua o amor...acaba com a exclusividade.

13 comentários:

  1. Pois imagino.... a Inês também está numa fase que exige a nossa presença para tudo!

    E olha que ela é até para fazer cócó, lol!

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  2. E é mesmo assim.
    Mas não te esqueças duma coisa: nunca mas nunca te arrependas do que fizeste.Um irmão é a melhor coisa que lhe poderias dar!
    Qdo ela correr pela casa toda ás gargalhadas com ele atrás, vais ver!
    é giro giro!
    (ás vezes não tanto.. mas é mesmo assim!)

    :)

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  3. Revejo-me em tudo o que disseste... aliás (embora visto doutro prisma) e escrito numa fase mais precoce desta aventura que é ser mãe de dois, foi isso que quis dizer quando escrevi isto http://lotusazul.blogspot.com/2007/01/escrito-em-cr.html . A minha menina em 8 meses de vida foi "filha única" de com os dois pais presentes por duas vezes... e senti exactamente o mesmo que tu. Assim como o facto de o tempo estar a passar a uma velocidade alucinante.

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  4. Penso que seja natural que isso aconteça. O amor multiplica-se como tu dizes mas o tempo infelizmente tem que ser dividido. Acho que ela nem nota a vossa "ausencia" pois tem o mano que tem mais perecenças com ela do que nós imaginamos. Tenho a certeza que ela não se sente sozinha.
    Para vocês, restam esses bocadinhos a três, para a mimarem e a "esfraganarem" toda!

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  5. Ó gaja, tu sais-te tãoooooo bem!

    Olha que aprender com o mano não deve ser nada mau e é à vossa feição, na mesma. Claro que vem sempre essas idéias à cabeça.

    E isto "Amo-a tanto. Como o amo a ele. Uma coisa visceral mesmo. Mas ela veio em 2º lugar...e ainda que isso não diminua o amor...acaba com a exclusividade." acaba com qq dúvida!

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  6. Que belo text. Eu não tenho filhos, ainda, mas depois de ler as tuas palavras, dá vontade de ter logo dois. Meeedo. Beijinhos. Rute Marinho

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  7. Sabes que já me ocorreu tudo isso que escreves-te?
    Acho que deve ser mesmo assim(dp quando tiver o 2o confirmo).

    Beijinho

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  8. Concordo dom o que escreveste.
    O seugundo é sempre o segundo, só que a minha segunda é muito exigente e absorvente e em bebé não alterámos a rotina do primeiro mas agora ele já tem de esperar porque ela reclama e grita e exige que se brinque com ela. Pode não ter a atenção exclusiva, mas também tem bastante, embora eu também ache que ela cresce mais rápido, até porque tem um modelo mais ao tamanho dela para imitar!!!
    Bjs

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  9. É muito mais fácil dar-se atenção quando é apenas um.
    Vejo por mim. Quando tinha 20 anos nasceu a minha sobrinha/afilhada e durante 11 anos todo o meu amor foi para ela (é como se fosse minha filha). Depois nasceu a irmã e como era bebé e requeria mais atenção, mesmo sem querer, acabava por dar mais miminho a ela. Cerca de 2 anos depois, nasceu o piolhito e agora tenho de dividir o meu amor por 3. Po incrível que pareça sinto que o amor que sinto por todos é igual: é como se fossem todos meus filhos. Mas, como é óbvio, houve algum afastamento delas e agora já não as vejo todos os dias. Uma porque tem quase 14 anos e a outra porque tem quase 3, ambas têm ciúmes do primo e demonstram-no. Mas acho que sentir ciúmes é saudável.
    Joquinhas
    Sofia

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  10. Pois.... É angustiante e ao mesmo tempo inevitável...

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  11. Eu e o Rui, quando nos lembramos disto que escreveste por causa de qualquer coisa que tenha acontecido (tipo quando nos lembramos que nmão tiramos tantas fotos nem filmamos tando o Dé), dizemos sempre "'tadinho, os segundos filhos realmente..." lol
    Mas é como dizes: perdem a exclusividade mas o Amor estará sempre lá, da mesma maneira :)

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