Depois de ter assistido ao Prós e Contras de ontem, na RTP 1, sobre crianças desaparecidas

Só me conseguia perguntar vezes e vezes sem conta:
- Mas em que raio de Mundo fui eu pôr os meus filhos????!

As pessoas sempre foram cruéis. A pedofilía, assim como todos os outros comportamentos sexuais desviantes (ou patológicos, como queiram) sempre existiram. Sou, no entanto, tentada a pensar que atingiram hoje requintes de malvadez.

Eu não fazia ideia da dimensão e da gravidade dos acontecimentos.

Por mim eram todos castrados (química ou físicamente, tanto me fazia).

Mais uma vez vi os olhos vazios da mãe do Rui Pedro e soube que o sofrimento e o desgosto não desaparecem com o passar dos anos. Doeu-me o coração. Há, efectivamente, coisas piores do que a morte. Esta angústia de nos arrancarem os filhos, de nos ser roubado o bem maior. De não lhes conhecer o destino (principalmente depois de se ouvir o que eu ouvi ali, e depois dela ter pesquisado o que pesquisou deve ter uma visão ainda mais alargada do que podem ter feito ao filho), de não ter podido resgatá-los e protegê-los.

Sou (e até ao caso Madeleine, talvez por ter sido o 1º caso depois de eu ter sido mãe), e quem me conhece sabe, uma pessoa descontraída, confio demais. Nas circunstâncias, nas pessoas, nos lugares.
De há 12 dias para cá, mudei. Lentamente. De dentro para fora.
Medo?? Talvez. Prefiro falar de prudência.