Os duros anos da adolescência

19 de fevereiro de 2021



Quando dás por ti a sentir uma forte necessidade de ir remexer nas reminiscências da infância, para teres a certeza de que houve um tempo em que o teu filho não te odiava, sabes que chegaste a um momento difícil da tua maternidade.

Este segundo confinamento está a ser particularmente desgastante. Imagino que haja quadros muito mais apelativos para um miúdo de 16 anos do que passar 24/24 horas com os pais e a irmã. 

As irritabilidades andam todas à flor da pele. Dele e nossas. As diferenças agudizam-se. O jogo de cintura perdeu a elasticidade.

A arrogância adolescente que nos relega para a gaveta dos palermas, que nada sabem. O julgamento constante dos nossos gestos num olhar. 

Não há como contornar os defeitos dos teus pais.

E nós, os pais, sentimos o desprezo e a mágoa a 200%.

Em teoria sabemos que não é para levar a peito, mas na prática há palavras e indiferenças que são como setas afiadas. 

This too shall pass...pode passar como uma pedra no rim, mas passará, eventualmente. 

Haja resiliência. E que, no fim, o amor chegue para cobrir e sarar todas as desilusões do crescimento. 

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