Lembro-me da primeira vez que tive o livrinho azul na mão, na maternidade. De folhear as suas páginas e de as imaginar preenchidas, de o imaginar a crescer naqueles gráficos, de considerar todos aqueles parâmetros de desenvolvimento que apontavam para cada etapa que ele ainda não tinha passado. Tão pequeno e frágil, aquele pedacinho de carne quentinha deitado ao meu lado, que nem gordura tinha o suficiente para encher a pele dos braços e das pernas.
Lembro-me de me interrogar se ia conseguir dar conta do recado. De sentir a irreversibilidade disto que é ser mãe pela primeira vez. De me sentir pequena para tanto, mas ao mesmo tempo tão capaz. Era meu. Ia protegê-lo, alimentá-lo, aquecê-lo, mimá-lo, repreendê-lo, fazer dele um homem bom.
Animo-me com aquilo que ele tem feito com o que lhe damos. Nuns dias mais do que noutros. Mas a vida é assim mesmo.
Isto tudo para dizer que a criatura que nasceu com 3.170Kg e 48.5cm, já mede 1.30m e pesa 24Kg. Recebeu elogios pela autonomia e pelos gostos alimentares saudáveis. Teve recomendações para escovar muito bem os dentes, sem os pais terem de o intimar à bruta e começar a usar o fio dental. De corrigir a postura à mesa, seja para comer ou para escrever, porque a coluna está meio desalinhada, nada de preocupante...ainda. Recomendações de ler. Faz bem à cabeça, aos olhos, à imaginação, ao português.
E volto a dizer que gosto muito da minha (nossa) médica de família. E que, por causa dela, só posso dizer coisas boas do SNS. Afinal de contas, as instituições não são as paredes, são as pessoas.
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