Covid-19

28 de abril de 2020

Muito se passou depois do dia 9 de Janeiro.
Distanciamento social, quarentena, pandemia. Este é o contexto atual e estas são as palavras mais ouvidas. Uma espécie de distopia em tempo real, em que o mundo foi posto em suspenso, a pensar na vida, de castigo em casa, sob pena de contagiar ou ser contagiado, de morrer ou de causar a morte a alguém. Um castigo que, na ausência de uma vacina para este vírus, é a nossa única proteção.
Parece coisa de filme...

Hoje é o dia 47 de confinamento. Só o Pedro é que sai para fazer as compras. Vai uma vez por semana fazer um avio maior ao supermercado. E vai à mercearia aqui do bairro diariamente buscar pão e/ou frutas e legumes. 
Agora recordo o meu ex-normal, como algo que aconteceu há tanto tempo, porque afinal caminho a passos largos para os dois meses de reclusão, ou pelo menos de uma existência muitíssimo limitada.
O andar no comboio da ponte, o trabalhar no escritório com outras pessoas, os almoços e jantares fora. A praia, sempre que apetecia, os treinos no Parque da Paz. Os sábados na igreja e os almoços em família. Tudo isso nos está, agora, vedado.

O Pedro fez 42 anos, o meu cunhado Nuno fez 45, a minha sobrinha Luna fez 14. E estes foram os últimos aniversários a poderem ser celebrados juntos.

Estou em tele-trabalho e os miúdos no ensino à distância. Todo um mundo novo de adaptações e novas rotinas. Houve corrida desenfreada à compra de papel higiénico (?) e depois de fermento e farinha.
Já fiz pão, um sem número de bolos, salame de chocolate, arroz doce, scones, bolachas. You name it! Todos os dias temos como principal objetivo definir o que fazer para o almoço e o jantar. A comida é um tema sempre presente. É muito bom ter o marido a assegurar muitas das tarefas domésticas, já que eu fico grande parte do dia de roda do computador.
Já fui mais assídua nos treinos em casa e a vontade de os realizar também já foi maior. 
Basicamente tento viver um dia de cada vez, praticar a gratidão, beber água e apanhar sol, manter a sanidade mental.
Já vou no 4º livro da quarentena, não tenho visto assim tanta televisão como imaginaria e a Primavera está a ceder cada vez mais dias ao sol e ao calor, embora já tenha chovido q.b.

Deixo-vos algumas fotos.

Pré-quarentena:


Pós-quarentena:

Livro 6 - 2020

28 de abril de 2020

A História Que Começa em NósA História Que Começa em Nós by Robin Benway
My rating: 4 of 5 stars

A história é muito emotiva e está muito bem contada. Envolve-nos nas personalidades e dilemas de cada um dos três personagens principais, e sentimos a frustração a cada impasse com a mesma intensidade que celebramos as suas vitórias. No final é quase impossível parar entre capítulos e terminei com olhos lacrimejantes. A família é tudo. E, felizmente, vai muito para além do sangue.
Ponto negativo foi a tradução. Demasiado "à letra". Rígida, diria até.

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Livro 5 - 2020

22 de abril de 2020

Terra AmericanaTerra Americana by Jeanine Cummins
My rating: 4 of 5 stars

"También de este lado hay sueños."
A autora escreve incrivelmente bem. É um livro belíssimo. As emoções são quase palpáveis. Sustive muitas vezes a respiração, senti o peito apertado como quando nos comprimidos perante o perigo. É uma história extraordinária, ainda mais por humanizar a experiência de tantos e tantos seres humanos iguais a nós que, por esse mundo fora, e por motivos tão variados arriscam tudo o que são e têm por uma vida melhor. Ou por uma vida, só. Este livro é um ode à nossa capacidade de sobrevivência. Talvez não tivessem existido polémicas se a autora tivesse dispensado incluir uma nota pessoal no final. Mas quanto a mim ela faz sentido. Uma sensibilidade pessoal, é isso mesmo. Pessoal. E é normal que haja quem não goste, por ter uma diferente. Enquanto obra literária, é impactante e sublime.

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Livro 4 - 2020

8 de abril de 2020

A Vida Invisível de Eurídice GusmãoA Vida Invisível de Eurídice Gusmão by Martha Batalha
My rating: 4 of 5 stars

Todas nos podemos identificar com Eurídice. Porque todas, em algum momento da vida, já nos sentimos subvalorizadas. Gostei muito da forma simples e desempoeirada da autora contar esta história. Uma pitada de humor, uma chávena de realidade e uma colher de sopa bem cheia de ironia e aqui está cozinhado um livro que vale a pena ler.

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