Esta semana foi o derradeiro adeus dos miúdos às férias.
Setembro é aquele mês em que vemos o verão extinguir-se lentamente. A doçura dos pores do sol, as manhãs fresquinhas coroadas por dias quentes, como se ele não se quisesse despedir sem ser em grande.
Ontem passámos o dia com amigos na praia fluvial dos Olhos d'Água, em Alcanena, Santarém.
E eu fiquei secretamente orgulhosa dos meus filhos.
Porquê? Eu explico. Este encontro com amigos já estava marcado há algumas semanas. Implicava deslocações por parte de alguns dos envolvidos, daí a antecedência com que ficou combinado.
Os homens são amigos da bola e quiseram juntar as família para um churrasco. Por isso a ideia era mesmo levar esposas e filhos.
Entretanto, há uma semana surgiu o anúncio de um acampamento. Eles disseram logo que queriam muito ir. E ficaram muito frustrados quando dissémos que não ia dar, porque foi anunciado em cima da hora e já tínhamos um compromisso com outras pessoas para esse fim-de-semana.
Claro que compreendemos que queriam estar com os seus amigos, mas seria muito pouco educado da nossa parte desmarcar com quem já se tinha organizado para esta saída e estava fora de questão irmos sozinhos.
Depois de muito implorarem e de muitos porquês e de muitos amuos e revoltas, perceberam que não íamos ceder.
Os filhos dos outros casais eram todos mais novos que eles. Deixar de ir a um acampamento com os meus amigos para estar com pirralhos, podia ter sido o seu pensamento. Podiam facilmente ter amarrado o burro e assumido a posição do adolescente contrariado "não me fizeste a vontade, agora também não me vou divertir".
Mas não. Foram simpáticos, pacientes e acredito que se divertiram.
Concluíndo, nem sempre a vida corresponde às nossas vontades e desejos, mas não adianta de nada amuar ou alimentar um espírito vingativo. E isto mostra maturidade. Mostra desapego. Mostra abnegação.
E como não somos pais só para dar na cabeça, fica o registo.
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