Uma reflexão...que não quer ofender ninguém

31 de outubro de 2014

Hoje a minha filha foi para a escola contrariada.
Sabia que ia encontrar os colegas disfarçados de bruxas, vampiros, fantasmas e sei lá mais o quê e ela iria disfarçada de "ser humano" (palavras dela). Não resisti a esboçar um sorriso. Ela sabe e compreende o porquê de não apoiarmos esta festa. Claro que, o sentir-se deslocada no grupo não deixa de incomodar uma menina de 8 anos (até os adultos lidam, frequentemente, mal com isso, quanto mais...)
Embora não seja uma tradição nossa, a televisão fez do mundo uma aldeia global e hoje em dia estamos todos uniformizados e a querer viver o "american dream". Contra mim falo, certamente não neste aspecto, mas talvez noutros. Não sou nada contra o aprendermos uns com os outros, contando que sejam coisas boas. Sou totalmente a favor do Dia de Acção de Graças, sendo que, em abono da verdade, esta devia ser a nossa disposição diariamente. A da gratidão.

Como Cristã, partilho desta opinião e, por isso, (apenas para fomentar a reflexão, em oposição ao seguimento das modas sem interrogações) partilho aqui a minha tradução da notícia, para quem não estiver à vontade com o Inglês. 

"O Halloween tornou-se um dos maiores eventos no calendário Britânico. Sempre existiram tradições associadas ao 31 de Outubro, mas a actual extravagância, com esta epidemia de ‘doçura-ou-travessura’, é um fenómeno recente. Há uma década, os gastos com o Halloween no UK eram de apenas 15€; actualmente, impulsionados por Hollywood e pelo marketing, vão até aos 380€. Financeiramente, o Halloween é hoje, depois do Natal e da Páscoa, a nossa terceira maior celebração. Contudo o Halloween assumiu esta posição sem quaisquer considerações sérias acerca daquilo que representa e se o queremos ou não. Quando as pessoas falam sobre o que acontece no 31 de Outubro, uma pequena frase que se ouve normalmente é que o Halloween é ‘um disparate inofensivo’. Mas será que é, de facto, inofensivo? É meramente um disparate? Está na altura de pensarmos a sério. 

Deixem que vos dê seis razões porque o Halloween não é inofensivo: 

1. O HALLOWEEN CELEBRA O MAL Embora as pessoas celebrem o Halloween de formas diferentes este continua, na sua essência, a ser um evento que glorifica as trevas, o lado arrepiante e assustador da vida. As crianças e os adultos vestem-se como figuras que são ‘más’: bruxas, vampiros, fantasmas e demónios. Se querem ser diferentes podem alugar disfarces que vos deixem parecidos a um assassino com uma serra eléctrica, um talhante psicopata ou mesmo uma vítima de um tiroteio (‘com autênticos buracos de bala ’). Isto, dificilmente é inofensivo. Seja qual for a visão que tenhamos sobre a vida, todos tomamos como garantido que a nossa sociedade deveria gastar tempo e energias a encorajar as crianças a cuidarem dos outros e a saberem a diferença entre o bem e o mal. Contudo, neste dia em particular, pomos de parte todos esses valores e glorificamos tudo o que é mau e desagradável. Por falar em enviar mensagens confusas! 

2. O HALLOWEEN NÃO É ÚTIL Vivemos num mundo em que todos os pais e professores tratam de avisar as crianças que os estranhos podem adulterar os doces e que devem ter cuidado. No entanto no Halloween descartamos essa regra e encorajamos as crianças a irem bater às portas e a aceitar doces de estranhos. Outra mensagem confusa! 

3. O HALLOWEEN TRIVIALIZA AS COISAS MÁS Ninguém duvida que o mal é uma coisa séria e que os assaltos, os esfaqueamentos e os acidentes graves são horrendos. Contudo, mais uma vez, o Halloween quebra as regras. Neste dia fingimos que a morte, as deformações e os ferimentos não são mais do que brincadeiras de crianças! 

4. O HALLOWEEN É OFENSIVO Podíamos dizer simplesmente que assustar as crianças não é útil, mas existe uma questão mais subtil e perturbadora. O disfarces de Halloween centram-se normalmente em deformações, feridas sangrentas e desfigurações. Existem imensos websites que nos dizem como criar uma desfiguração eficaz; por exemplo, como criar queimaduras realistas e como nos tornarmos horrivelmente feios. Então considerem o que sentiriam sobre isso se fossem  vítimas de queimaduras, se fossem severamente incapacitados ou tivessem sofrido uma desfiguração horrenda. Querem mesmo fazer passar a mensagem de que o que é feio se compara ao mal? 

5. O HALLOWEEN ESTÁ A PIORAR As preocupações com o Halloween não surgem simplesmente nalguns de nós que temos ‘prioridades religiosas’. Cada vez mais, outras pessoas estão a expressar preocupação, particularmente em relação à forma como o Halloween parece estar a ficar mais sombrio e perverso de ano para ano. As abóboras esculpidas eram, suponho eu, bastante inofensivas; os novos assassinos com machados cheios de sangue não são. Se não gostamos do rumo que o Halloween está a tomar, então talvez esteja na altura de parar de o celebrar. 

6. O HALLOWEEN PERMITE UMA VITÓRIA DO MAL Nalgumas tradições mais antigas de Halloween as pessoas vestiam roupas que lhes davam ar de maus e depois, no fim da noite, os fatos eram queimados. A mensagem, se inocente, era clara: no fim, o bem triunfa sobre o mal. Contudo não há nenhuma alusão a isto no Halloween moderno. Hoje, o mal não é desafiado e apenas desaparece na escuridão, para voltar numa outra altura. Não é a mensagem de que o mundo precisa, hoje."

J. John 

5 comentários:

  1. Eu vou ter de partilhar isto, Raquel. Posso?

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  2. Eu gosto sempre de ler opiniões diferentes da minha.Acredito que existem locais onde se levam as coisas ao extremo e isso acaba por distorcer o objectivo da comemoração.O problema de muitas vezes não deixarmos os nossos filhos participarem nestas coisas, quando eles demonstram vontade de o fazerem, é que assim que eles puderem vão fazê-lo intensamente. Não leve a mal o que escrevi, não tenho intenção de a julgar, aceito e respeito as suas decisões e nem podia ser de outra maneira.Gosto muito deste blogue e leio com muito prazer.Deixo apenas esta minha opinião...diferente. :)

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    1. Obrigada pela partilha caoaoao. Invariavelmente, quando se educa, tomamos opções sobre o que passar ou não aos nossos filhos. Acima de tudo, tento sempre que eles entendam o porquê de não deixarmos isto ou outra coisa qualquer. Ao educar, tento ser sempre coerente com tudo o que lhes ensino, só isso. E, nesta situação, permitir que participassem nestas festividades ou celebrações seria contradizer tudo o que lhes ensino no resto do ano. Mas entendo e respeito o seu ponto de vista.

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