Hoje a minha filha foi para a escola contrariada.
Sabia que ia encontrar os colegas disfarçados de bruxas, vampiros, fantasmas e sei lá mais o quê e ela iria disfarçada de "ser humano" (palavras dela). Não resisti a esboçar um sorriso. Ela sabe e compreende o porquê de não apoiarmos esta festa. Claro que, o sentir-se deslocada no grupo não deixa de incomodar uma menina de 8 anos (até os adultos lidam, frequentemente, mal com isso, quanto mais...)
Embora não seja uma tradição nossa, a televisão fez do mundo uma aldeia global e hoje em dia estamos todos uniformizados e a querer viver o "american dream". Contra mim falo, certamente não neste aspecto, mas talvez noutros. Não sou nada contra o aprendermos uns com os outros, contando que sejam coisas boas. Sou totalmente a favor do Dia de Acção de Graças, sendo que, em abono da verdade, esta devia ser a nossa disposição diariamente. A da gratidão.
Hoje deparei-me com este link: http://www.mirror.co.uk/opinion/news-opinion/reverend-j-john-six-reasons-2486777
Como Cristã, partilho desta opinião e, por isso, (apenas para fomentar a reflexão, em oposição ao seguimento das modas sem interrogações) partilho aqui a minha tradução da notícia, para quem não estiver à vontade com o Inglês.
"O Halloween tornou-se um dos maiores eventos no calendário Britânico. Sempre existiram tradições associadas ao 31 de Outubro, mas a actual extravagância, com esta epidemia de ‘doçura-ou-travessura’, é um fenómeno recente. Há uma década, os gastos com o Halloween no UK eram de apenas 15€; actualmente, impulsionados por Hollywood e pelo marketing, vão até aos 380€. Financeiramente, o Halloween é hoje, depois do Natal e da Páscoa, a nossa terceira maior celebração. Contudo o Halloween assumiu esta posição sem quaisquer considerações sérias acerca daquilo que representa e se o queremos ou não. Quando as pessoas falam sobre o que acontece no 31 de Outubro, uma pequena frase que se ouve normalmente é que o Halloween é ‘um disparate inofensivo’. Mas será que é, de facto, inofensivo? É meramente um disparate? Está na altura de pensarmos a sério.
Deixem que vos dê seis razões porque o Halloween não é inofensivo:
1. O HALLOWEEN CELEBRA O MAL Embora as pessoas celebrem o Halloween de formas diferentes este continua, na sua essência, a ser um evento que glorifica as trevas, o lado arrepiante e assustador da vida. As crianças e os adultos vestem-se como figuras que são ‘más’: bruxas, vampiros, fantasmas e demónios. Se querem ser diferentes podem alugar disfarces que vos deixem parecidos a um assassino com uma serra eléctrica, um talhante psicopata ou mesmo uma vítima de um tiroteio (‘com autênticos buracos de bala ’). Isto, dificilmente é inofensivo. Seja qual for a visão que tenhamos sobre a vida, todos tomamos como garantido que a nossa sociedade deveria gastar tempo e energias a encorajar as crianças a cuidarem dos outros e a saberem a diferença entre o bem e o mal. Contudo, neste dia em particular, pomos de parte todos esses valores e glorificamos tudo o que é mau e desagradável. Por falar em enviar mensagens confusas!
2. O HALLOWEEN NÃO É ÚTIL Vivemos num mundo em que todos os pais e professores tratam de avisar as crianças que os estranhos podem adulterar os doces e que devem ter cuidado. No entanto no Halloween descartamos essa regra e encorajamos as crianças a irem bater às portas e a aceitar doces de estranhos. Outra mensagem confusa!
3. O HALLOWEEN TRIVIALIZA AS COISAS MÁS Ninguém duvida que o mal é uma coisa séria e que os assaltos, os esfaqueamentos e os acidentes graves são horrendos. Contudo, mais uma vez, o Halloween quebra as regras. Neste dia fingimos que a morte, as deformações e os ferimentos não são mais do que brincadeiras de crianças!
4. O HALLOWEEN É OFENSIVO Podíamos dizer simplesmente que assustar as crianças não é útil, mas existe uma questão mais subtil e perturbadora. O disfarces de Halloween centram-se normalmente em deformações, feridas sangrentas e desfigurações. Existem imensos websites que nos dizem como criar uma desfiguração eficaz; por exemplo, como criar queimaduras realistas e como nos tornarmos horrivelmente feios. Então considerem o que sentiriam sobre isso se fossem vítimas de queimaduras, se fossem severamente incapacitados ou tivessem sofrido uma desfiguração horrenda. Querem mesmo fazer passar a mensagem de que o que é feio se compara ao mal?
5. O HALLOWEEN ESTÁ A PIORAR As preocupações com o Halloween não surgem simplesmente nalguns de nós que temos ‘prioridades religiosas’. Cada vez mais, outras pessoas estão a expressar preocupação, particularmente em relação à forma como o Halloween parece estar a ficar mais sombrio e perverso de ano para ano. As abóboras esculpidas eram, suponho eu, bastante inofensivas; os novos assassinos com machados cheios de sangue não são. Se não gostamos do rumo que o Halloween está a tomar, então talvez esteja na altura de parar de o celebrar.
6. O HALLOWEEN PERMITE UMA VITÓRIA DO MAL Nalgumas tradições mais antigas de Halloween as pessoas vestiam roupas que lhes davam ar de maus e depois, no fim da noite, os fatos eram queimados. A mensagem, se inocente, era clara: no fim, o bem triunfa sobre o mal. Contudo não há nenhuma alusão a isto no Halloween moderno. Hoje, o mal não é desafiado e apenas desaparece na escuridão, para voltar numa outra altura. Não é a mensagem de que o mundo precisa, hoje."
J. John
Concordo!
ResponderEliminarEu vou ter de partilhar isto, Raquel. Posso?
ResponderEliminarClaro, Raquel.
EliminarEu gosto sempre de ler opiniões diferentes da minha.Acredito que existem locais onde se levam as coisas ao extremo e isso acaba por distorcer o objectivo da comemoração.O problema de muitas vezes não deixarmos os nossos filhos participarem nestas coisas, quando eles demonstram vontade de o fazerem, é que assim que eles puderem vão fazê-lo intensamente. Não leve a mal o que escrevi, não tenho intenção de a julgar, aceito e respeito as suas decisões e nem podia ser de outra maneira.Gosto muito deste blogue e leio com muito prazer.Deixo apenas esta minha opinião...diferente. :)
ResponderEliminarObrigada pela partilha caoaoao. Invariavelmente, quando se educa, tomamos opções sobre o que passar ou não aos nossos filhos. Acima de tudo, tento sempre que eles entendam o porquê de não deixarmos isto ou outra coisa qualquer. Ao educar, tento ser sempre coerente com tudo o que lhes ensino, só isso. E, nesta situação, permitir que participassem nestas festividades ou celebrações seria contradizer tudo o que lhes ensino no resto do ano. Mas entendo e respeito o seu ponto de vista.
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