Sou um ser social. Sempre foi assim. Gosto de me dispor a fazer coisas quando me pedem, com gosto, de corresponder às expectativas das pessoas, mas no momento presente sinto-me tão cheia de nada que me custa a dispensar o nada que me resta. Mas a essência está lá e continuo a dizer que sim, porque é esperado de mim e porque queremos continuar a ser para as pessoas o mesmo de sempre. E isso esgota-me. Porque preciso muito de parar. De acumular alguma coisa que me encha o depósito de esperança e alegria e vontade.
Esqueço-me das coisas que deveria lembrar, a casa é um fardo que vou chutando para a frente a custo e não sou para os miúdos o que gostaria. Ando dentro da tômbola da máquina de lavar, sabem?? O piloto automático assegura que a porta não se abra e o caos se instale. Sou uma barragem a aguentar um não sei quê que me deixa não sei como. Não tentem entender. Eu própria não me entendo, às vezes. E depois penso - mulher, tanto que tens para agradecer, nem que seja a família, o amor, a vida então porque raio chega este dia em que dás por ti a achar que andas a empurrar essas três coisas à medida do que a vida te deixa e tu queres mais?? Algo que faça o puzzle ter sentido. No fundo criei esta realidade impossível que me deixa frustrada por não conseguir atingir o meu projecto de vida. Tenho os ingredientes e não consigo fazer o bolo. É isto. E ando a comer o que posso e não o que quero.
O colo do marido e os abraços dos filhos amenizam a coisa, porque gostam de mim mesmo quando eu acho que não valho um caracol.
Gostava de não me sentir uma fraude, na maior parte dos dias.
Gostava que a minha fé fosse tão grande quanto os meus desejos.
Tens de te encontrar...e para isso tens de ter forças que tenham que sair para fora de ti...animo, que eu sei que às vezes não é fácil.
ResponderEliminarbeijo
Beijinho grande!
ResponderEliminarDiria mais, a porta não abre e ainda temos "Aqua stop"...
ResponderEliminarBeijocas