Conhecer os nossos filhos

À medida que eles crescem vamos conhecendo quem são, do que gostam, o que os assusta, o que os conforta, o que detestam.

Ontem percebi que, sem sombra de dúvidas, a miúda é impressionável. Não gosta de ver sangue, feridas e amolgadelas nas pessoas, principalmente quando essas pessoas lhe são queridas. Entra em transe profundo se, por uma acção dela, alguém se aleija ou fere.

O pai estava a tocar viola e, ao ver que ela tinha a tesoura de cortar as unhas na mão, tentou tirar-lha mas, como ela é teimosinha, ao tentar puxar a tesoura para ela fechou-a na mão do pai. O pai largou um grito de dor que a deixou petrificada. Quando me aproximei dela estava imobilizada, branca como a cal e, mal lhe disse: - já viste o que ias fazendo Diana? podias ter magoado o pai!, desatou num pranto e toda ela tremia.

Demorou séculos a adormecer. Chorou de 10 em 10 minutos aí por uma hora e meia.

Perguntava-lhe se lhe doía alguma coisa...vi-a tão desesperada que até lhe dei uma colher de Ben U Ron com receio que fosse dos últimos molares, que andam a romper.

Aí à quinta vez que fui acudi-la pedi-lhe calma. Calou-se e depois disse: - quero um abraço, mãe.

Percebi que ainda eram nervos...