Do trabalho

Enquanto eles dormem, vou a alguns sites de oferta de emprego.
Envio currículos para tudo quanto é sítio.
Inquieta-me este impasse. Em Outubro já queria estar a trabalhar. Tenho já menos de 1 mês para o conseguir.
É escandalosa a quantidade de empresas de trabalho temporário que estão nestes sites a recrutar empregados para 3ºs.
As condições de trabalho oferecidas são precárias e não dão segurança a ninguém (especialmente se tem família).
Queria tanto ter sorte desta vez.
Por um ou outro motivo, sempre alheio à minha pessoa, andei sempre a saltar de emprego em emprego.
Da 1ª vez porque achava que tinha encontrado algo melhor. Lá fui eu, para um novo sítio, novos colegas, nova rotina.
Ao fim de 2 anos, falência técnica. Tudo para a rua com indeminizações. Ia casar-me nesse Verão.
Andei à deriva um ano. Fiz baby sitting para uma rapariga com 4 filhos. Em casa dela. 7 horas diárias.
Depois, mais um emprego. Através de uma empresa de trabalho temporário...
Adorei os colegas, o ambiente, o trabalho ao princípio era chato (introdução de dados) mas depois mudei de funções e estava feliz. Foi lá que estive grávida do Gabriel. Ainda hoje me correspondo com as duas colegas. Foram amizades para ficar. Ao fim de 1 ano, licença de maternidade. Disseram-me adeus com uma não-renovação do contrato, que era já de si, temporário, ou seja, até eles entenderem.
E estou em casa desde então.
Queria tanto que agora, que tive os filhos que desejava, sem grandes indisponibilidades (a não ser por doença deles ou minha) encontrar um trabalho para durar. Que me desse a estabilidade que tanto preciso.