Da minha afilhada

12 de junho de 2009

Confunde-me, entristece-me, até me revolta, pensar que tanto mãe como pai não se preocupam com ela (e irmãs). Como é que deitam a cabeça na almofada, todas as noites, sem pensar sequer se comeram bem, se estão doentes, se precisam de um carinho...
Aos 12 anos não ter ninguém que olhe por nós é do mais triste que há. Principalmente porque já temos a noção da realidade.
O meu tio faz o seu melhor, mas também não se consegue desdobrar em dois e a idade já não lhe permite a elasticidade mental que implica acompanhar uma pré adolescente.
Dei-lhe muito carinho nestes dois dias. Sei que gostou e se sentiu bem connosco, porque ontem pediu para ficar mais tempo. Não pude aceder, porque o meu tio disse que era importante ela hoje ir à escola e não quero, de forma alguma, interferir.
Percebi que está numa escola algo problemática (se é que isso existe hoje em dia...começo a concluir que são todas), cultura do hip-hop abunda, alguma delinquência e acima de tudo muitos jovens sem valores e educação, por virem de famílias igualmente desestruturadas.
Penso que nesta idade é normal cair-se em certas experiências, mas quando são crianças sem rede de apoio por trás e com uma dose pequena de auto estima, aquilo que seria apenas uma experiência acaba por ser uma escolha que influencia toda uma vida.
É só isso que não quero para ela.
Li-lhe a amargura e a desilusão nas palavras quando disse:
- quando for grande não quero ter filhos. quero uma casa minha, talvez um cão ou um gato...e chega.
No entanto disse que gostava de ser pediatra ou veterinária.
Torço tanto para que a vida lhe conceda estes desejos , já que em tantos outros planos não foi generosa com ela.
Vou fazer de tudo para a ter cá outras vezes. Sempre que puder.

1 comentário:

  1. Um pouco triste... :(

    É normal que te preocupes.

    Tenta estar mais perto dela.

    JOcas

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